A rivalidade entre Magnus Carlsen, considerado por muitos como o melhor jogador de xadrez de sempre, e Hans Niemann, jogador norte-americano de 19 anos e famoso em redes de streaming como a Twitch, conheceu um novo capítulo. Agora, Niemann acusa o norueguês de ter pago a colegas de ambos para denegrir a sua reputação e convencer o mundo de que fez batota.

Escândalo no xadrez: melhor jogador do mundo acusa adversário de batota e recusa-se a jogar

A polémica entre ambos remonta a setembro de 2022, quando o norte-americano venceu Carlsen, o rei incontestado da modalidade. De imediato, o “Mozart do xadrez” desistiu da competição em que ambos participavam e, semanas depois, recusou-se mesmo a jogar com Niemann por acreditar que este tinha contornado as regras.

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O jovem xadrezista veio defender-se, admitindo que tinha feito batota entre os 12 e os 16 anos mas que tinha deixado de o fazer. Posteriormente, acabou por ser banido do site Chess.com (plataforma de jogos de xadrez disputados em streaming) por, alegadamente, ter mentido quanto à extensão da batota.

Investigação sugere que Hans Niemann, polémico grande mestre de xadrez, fez batota mais de 100 vezes

Agora, Niemann acusa Carlsen – e a comunidade de xadrez internacional – de montar uma conspiração com o único propósito “de o barrar da profissão ao qual dedicou a sua vida”, como se pode ler num documento legal submetido na justiça norte-americana esta quarta-feira.

O documento em questão é uma atualização do processo que o xadrezista já tinha interposto em outubro de 2022, no qual exige uma indemnização de 100 milhões de dólares (cerca de 92 milhões de euros) a Carlsen e à Chess.com por danos profissionais e difamação. Niemann acusa mesmo o norueguês de ter chegado ao ponto de pagar a um colega de profissão, o também norueguês Aryan Tari, 300 euros para este gritar “Hanz batoteiro!” num torneio.

Em comunicado citado pelo The Guardian, A Chess.com desvalorizou o pedido de indemnização de Niemann, que caracterizou como “sem mérito” e um “golpe publicitário”. Já Carlsen, através do seu advogado, caracterizou as alegações do norte-americano como “nada mais do que uma tentativa de transpor a sua culpa para outros”.