Cerca de 37% dos jovens que participaram na 18.ª edição do Dia da Defesa Nacional manifestaram interesse em ingressar nas Forças Armadas, verificando-se uma tendência de ligeira descida face a anos anteriores.

Estas conclusões constam de um estudo denominado “Os jovens e as Forças Armadas” realizado pela Direção-Geral de Recursos da Defesa Nacional (DGRDN) e apresenta dados referentes à 18.ª edição do Dia da Defesa Nacional que decorreu entre janeiro e dezembro de 2022 e na qual participaram 137.870 jovens – dos quais resultaram cerca de 135 mil inquéritos.

No que toca ao “interesse em ingressar nas Forças Armadas” o estudo adianta que a percentagem de jovens que no ano passado manifestaram interesse em ingressar no Regime de Voluntariado e de Contrato foi de 37%, os que não manifestaram interesse 46% e os que “não sabiam” 17,5%.

“Importa notar que daqui não se poderá inferir ou afirmar que todos os jovens que denotaram este interesse se vão apresentar como candidatos ao ingresso nas FA. Esta seria uma leitura abusiva dos dados. Trata-se, sim, de um indicador que, associado às representações positivas que detêm sobre as FA, demonstra que a base de trabalho, em matéria de relação com os jovens portugueses, é bastante positiva, não se registando sinais que apontem para nenhum fenómeno de rejeição da Instituição Militar”, é ressalvado.

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No mesmo estudo realizado sobre a edição de 2021 – na qual participaram cerca de 74 mil jovens e foram entregues 70 mil inquéritos – foi analisada “a manifestação de intenção dos jovens em ingressar nas FA”. Nesse ano, 40% manifestou essa predisposição, número ligeiramente mais elevado quando comparado ao de 2022.

No estudo divulgado esta sexta-feira, cerca de 35% das jovens do sexo feminino denotaram interesse em ingressar nas FA, e 38% jovens do sexo masculino.

É feita uma comparação desde 2010 a 2022, verificando-se que nos anos extremos “a percentagem de mulheres interessadas em ingressar nas FA aumentou cerca de seis pontos percentuais” no entanto, “é relevante notar que, desde 2018, as mulheres têm evidenciado um interesse decrescente em ingressar, tendência acompanhada pelos homens até 2020 e que, apesar de invertida neste segmento em 2021, voltou a manifestar-se em 2022”, confirmando uma tendência decrescente.

O estudo refere ainda que o “potencial máximo do interesse dos jovens em ingressar na carreira militar “foi de “sensivelmente 49 mil jovens” no ano passado.

Destes, perto de 28 mil jovens “admitiram a possibilidade de protagonizar esse ingresso num futuro próximo”, o que equivale a cerca de 57%, número que desce para 10 mil quando é perguntado se o jovem está disposto a fazê-lo no espaço de um ano (20,4%).

Também nestes números se verifica uma tendência decrescente quando comparado com o ano de 2021: nessa edição, “o potencial máximo da predisposição para o ingresso” era composto por 28 mil jovens, dos quais 17 mil admitiam esse ingresso “num futuro próximo” (60,7%) e seis mil no espaço de um ano (21,4%).

O estudo de 2022 também verificou que “a percentagem de jovens interessados em ingressar vai diminuindo à medida que a escolaridade aumenta” e que o ramo de preferência dentro dos jovens que afirmaram poder vir a ingressar num futuro próximo é o Exército (47%) seguido da Força Aérea (24,7%) e da Marinha (19,7%).

No ano passado o número de participantes aumentou bastante quando comparado com 2021 (passou de cerca de 74 mil para 137 mil) mas é ressalvado no texto que uma vez que este dia foi suspenso entre janeiro e abril de 2021 por causa do contexto da pandemia da covid-19, a edição de 2022 “contou com a presença de um número significativo de jovens cujo cumprimento do seu dever militar foi adiado em 2021”.

Do total de jovens que participaram, 48,8% era do sexo feminino e 51,2% do masculino, 76,3% dos participantes “gostaram ou gostaram muito” do Dia da Defesa Nacional e 68,3% concordaram com a sua obrigatoriedade.

ARL // RBF

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