João Galamba, recém chegado ao Ministério das Infraestruturas, esteve reunido com o sindicato dos tripulantes da TAP e acredita que a greve pode ser evitada.

Em comunicado o seu gabinete diz que “o ministro está convicto de que a assembleia-geral do SNPVAC dará um passo decisivo para a melhoria da situação dos trabalhadores e da companhia aérea, permitindo evitar uma greve de sete dias que causaria um grave dano à empresa“.

O sindicato vai submeter esta quinta-feira aos seus associados a proposta de acordo com a administração da TAP. “O ministro das Infraestruturas saúda a direção do Sindicato pelo espírito de compromisso que permitiu chegar a um documento importante para um futuro de sustentabilidade e crescimento da TAP” e, por isso, diz acreditar que na reunião de associados será possível chegar a uma decisão que se evite a greve.

A assembleia-geral do sindicato começará às 10 horas e vai ter como ponto único a “apresentação, discussão e votação da proposta apresentada pela TAP“, no âmbito das negociações de um novo acordo de empresa. O SNPVAC anunciou a intenção de avançar com um pré-aviso de greve para sete dias, entre 25 e 31 de janeiro. Este sindicato tinha já realizado uma greve  a 8 e 9 de dezembro, cujos custos foram estimados pela companhia em oito milhões de euros.

O acordo se subscrito estará em vigor até 31 de dezembro de 2024, ou, até à existência de um novo Acordo de Empresa.

No acordo a TAP compromete-se a realizar formação de novos supervisores de cabine no primeiro semestre de 2023, admitindo a inclusão de mais um tripulante nos voos de longo curso e tornará efetivo os contratos de 11 tripulantes que têm contratos a termo. No acordo fica também estabelecido a atualização salarial, as ajudas de custo e uma verba adicional de compensação.

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Sindicato diz que é “muito provável” manter greve

À entrada para a assembleia geral, e em declarações transmitidas pela RTP, o líder do SNPVAC, Ricardo Penarroias, não fechou ainda a porta à greve, sublinhando que “a decisão vai ser sempre tomada pelos associados em assembleia geral, com base na proposta. Eles são soberanos”. E acrescentou que “é muito provável” que o pré-aviso vá mesmo para a frente.

Penarroias afirmou que a reunião com o ministro não travou essa intenção. Galamba “reforçou a sua confiança e apoio à proposta apresentada pela TAP e desejou-me boa sorte para a assembleia”, afirmou, naquela que terá sido “uma conversa construtiva e informal”.

O sindicato diz-se “sensível” ao impacto que uma greve poderá ter para a saúde financeira da empresa, e que a greve “não se faz de ânimo leve”. Mas destaca o descontentamento com a “conjuntura” que se vive na empresa, que “as declarações” da CEO ontem no parlamento “não ajudaram”.

“Nós não vivemos numa bolha. Houve avanços na negociação, se serão suficientes, a assembleia vai decidir. Estamos a lutar pelos nossos direitos.  A gestão teve muitos e graves erros. Os cortes estavam previstos, mas não estavam previstas indemnizações de 500 mil euros.  Hoje, a decisão terá sido influenciada por tudo o que se passa em redor”, declarou.

Quanto à proposta que vai ser discutida esta quinta-feira, o responsável destaca que traz mudanças sobretudo “técnicas” face ao documento de dezembro, como por exemplo o regresso de um tripulante aos voos de longo curso, que atualmente voam com quatro, algo que na visão do sindicato é “péssimo e questionável em termos de segurança”.

(Notícia atualizada às 11h10 com as declarações do presidente do SNPVAC)