A Polícia Judiciária encontrou uma menor que tinha desaparecido há oito meses em Leiria. O homem de 48 anos que a mantinha em cativeiro foi detido, em cumprimento de um mandado emitido pelo Departamento de Investigação e Ação Penal de Leiria, informou a PJ em comunicado. A menor foi entretanto entregue à família
“No seguimento das inúmeras diligências desenvolvidas, em estreita colaboração com a Unidade Local de Investigação Criminal da Polícia Judiciária de Évora, foi possível identificar o suspeito e localizar a menor na sua residência, sita na cidade de Évora”, explica a Judiciária.
De acordo com as autoridades, a vítima era mantida em cativeiro “a coberto de uma suposta relação amorosa”, tendo estado “em completo isolamento social durante oito meses”. O homem é suspeito de se aproveitar “persistente e recorrente dependência de jogo online da vítima, imaturidade e personalidade frágil”.
Em declarações ao jornalistas, Jorge Leitão, diretor da Polícia Judiciária do Centro, clarificou que, apesar disso, a vítima não estaria fisicamente manietada. “Ela estava livre. O que conseguimos apurar é que, em regra, ela não saía de casa, mas não temos nenhum sinal de que alguém a estava a obrigar [fisicamente]”, disse.
Jorge Leitão acrescentou ainda que a vítima não tinha levado consigo muitos bens pessoais para Évora, apenas “roupa, uma consola e um tablet“. Desde o desaparecimento, acrescentou, “deixou de haver qualquer comunicação com o seu telemóvel”.
Relativamente ao suspeito, o homem de 48 anos, o diretor da PJ do Centro acrescentou que não tem antecedentes criminais. “Aparentemente era uma pessoa devidamente integrada e estruturada”, afirmou. Agora, o empregado fabril “vai ser presente às autoridades judiciárias, tendo em vista a aplicação das medidas de coação entendidas por mais adequadas”.
Luana fez os 17 anos em cativeiro
Luana Pereira desapareceu no dia 30 de maio, na zona de Cruz da Areia, em Leiria. Na altura tinha 16 anos. Era início da semana e a menor ainda passou pelo estabelecimento onde a mãe trabalhava, tendo daí seguido para a escola. Terá sido nesse percurso, que normalmente fazia em dez minutos, que desapareceu.
O caso foi na altura participado à PSP que o encaminhou para o Ministério Público, passando as diligências para a alçada da Polícia Judiciária.
No site desta polícia ainda constam esta terça-feira alguns dos detalhes do dia do desaparecimento, nomeadamente a roupa que Luana vestia.
“Aquando do desaparecimento trajava camisola de cor azul com um boneco de cor branco na zona frontal e calças de licra estampadas”, pode ler-se.
Nas últimas horas, poucos dias após o seu aniversário — a 28 de janeiro — Luana acabaria entregue pela Polícia à família, depois de vários meses em total isolamento.
