O BBVA anunciou esta quarta-feira lucros de 6,42 mil milhões de euros no ano passado, o valor mais elevado desde a fundação do banco espanhol, representando um aumento de 38% em relação a 2021.
Num comunicado enviado à Comissão Nacional do Mercado de Valores Mobiliários espanhola (CNMV), o BBVA atribuiu os lucros recorde ao “forte” aumento das receitas, impulsionado pelo crescimento de 13,3% no crédito.
Também os lucros operacionais registaram um novo recorde 14,13 mil milhões de euros, mais 29,2% do que em 2021.
A carteira de empréstimos e adiantamentos a clientes cresceu quase 12% para 369,26 mil milhões de euros, sobretudo devido à subida do crédito a empresas.
O crédito malparado caiu para 3,4% em comparação com 4,1% no final de 2021 e o rácio de cobertura para possíveis insolvências subiu de 75% para 83%.
Os depósitos de clientes cresceram 12,6% para 393,86 mil milhões de euros, elevando os fundos totais dos clientes a 544 mil milhões, um aumento de 9,5%.
No que diz respeito à solvência, o rácio CET1 do grupo “fully-loaded”, que inclui todos os requisitos de capital em vigor, situou-se em 12,61%, acima do intervalo objetivo de 11,5%-12% exigido à instituição.
Nas principais áreas de negócio, Espanha registou um lucro de 1,68 mil milhões de euros, mais 8,4%, devido “ao maior investimento nos segmentos mais rentáveis” e ao crescimento de dois dígitos nos lucros operacionais.
Este valor inclui algumas despesas não recorrentes tais como os 201 milhões de euros utilizados na compra de sucursais em Espanha à Merlin, os custos líquidos associados ao processo de reestruturação, bem como os 416 milhões de euros do BBVA USA e o resto das empresas vendidas ao fundo PNC.
O México foi, mais uma vez, a filial que registou maiores lucros, nesta ocasião mais do dobro da Espanha, 4,18 mil milhões de euros, mais 64%, principalmente devido ao aumento das receitas.
A filial do Turquia reduziu os lucros em 31% para 509 milhões de euros, o que inclui o impacto da aplicação da contabilidade por hiperinflação.
Na América do Sul, o BBVA ganhou 734 milhões de euros, mais 54,4% do que um ano antes, devido à melhoria das receitas recorrentes, o aumento dos empréstimos e a redução do crédito malparado.
Finalmente, a área de Resto de Negócios obteve 240 milhões de euros, menos 12,3%, principalmente devido ao desempenho do negócio do grupo nos Estados Unidos.
“2022 foi um ano de crescimento para o BBVA. Alcançamos o maior lucro de nossa história, com forte expansão do crédito e com grandes avanços em nossa estratégia, focada em digitalização, inovação e sustentabilidade”, destacou o presidente do BBVA, Carlos Torres Vila, no comunicado do banco enviado à CNVM.
O BBVA anunciou ainda que irá reservar quase metade dos lucros, mais de três mil milhões de euros, para aumentar o dividendo correspondente a 2022, para 43 cêntimos por ação, e para um novo plano de recompra de ações no valor de 422 milhões de euros.