O Presidente da concelhia do PS de Lisboa, Davide Amado, demitiu-se esta segunda-feira, após ter sido acusado, pelo Ministério Público, de montar um esquema de viciação de contratos por ajusto direto que lesou a Santa Casa de Misericórdia em um milhão de euros.

A notícia foi avançada pela CNN Portugal que refere que Davide Amado disse que irá demonstrar a sua “completa inocência”, “sem qualquer admissão de culpa”. Numa nota de demissão, partilhada no Facebook, Davide Amado escreveu que os “factos” que lhe são “imputados na acusação proferida pelo Ministério Público não correspondem à verdade”.

Além disso, o dirigente político refere que, num momento em que “toda a suspeição é utilizada como arma de arremesso contra os partidos políticos”, o seu dever é não permitir que os factos que lhe são imputados “se transformem num ataque ao Partido Socialista”.

Em declarações à agência Lusa, o responsável político afirmou que sai do cargo por decisão própria, por entender que não tem condições para “preparar um projeto vencedor” para a capital. O socialista assegurou que a decisão não foi imposta por ninguém, salientando que também não tinha que o fazer, por ter sido eleito.

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Foi dada uma dimensão política a esta situação que nada tem a ver com a minha vida pública ou política. E eu entendo que não tenho condições para preparar um projeto vencedor do PS em Lisboa com esta situação”, vincou.

Davide Amado referiu ainda que foi “incluído numa narrativa” e que irá agora “aguardar” que o caso seja resolvido: “Quando ficar resolvido, voltarei”.

O socialista mantém-se como presidente da junta de Alcântara, garantindo que continuará a fazer o seu trabalho, tal como tem feito, “reconhecido por todos”. Porém, além de se ter demitido do cargo de presidente da concelhia do PS de Lisboa, renunciou ao cargo de Presidente da Comissão da Assembleia Municipal de Lisboa para os Assuntos Sociais, Transparência e Combate à Corrupção.

A demissão de Davide Amado surge cerca de 24 horas depois de ser noticiado que o Ministério Público o acusou de participação económica em negócio e abuso de poder, num esquema de viciação de contratos por ajuste direto. De acordo com a acusação, a que teve acesso a CNN Portugal, o presidente da junta de Alcântara terá gerido várias empresas, de modo a forjar ajustes diretos com a Santa Casa de Misericórdia, prejudicando a organização em mais de um milhão de euros.

MP acusa presidente da junta de freguesia de Alcântara de lesar Santa Casa em mais de um milhão de euros

Notícia atualizada com as declarações de Davide Amado à Lusa