O treinador Roger Schmidt afirmou este domingo que o Benfica está “sob pressão toda a época” e que o foco se encontra no trabalho próprio, sem olhar para a classificação da I Liga portuguesa de futebol, em que lidera.

Em conferência de imprensa, realizada no centro de treinos das ‘águias’, no Seixal, de antevisão à receção ao Boavista, que encerra a 21.ª ronda do campeonato, o treinador alemão salientou a dificuldade em ser campeão português, mas não olha para a tabela.

“Estamos sob pressão toda a época. Há muito boas equipas e não é fácil ser campeão. Temos mais pontos neste momento, mas ainda há muitos jogos para disputar. Espero uma corrida dura até à última jornada. Focamo-nos em nós próprios e não nos jogos e resultados dos adversários”, expressou Roger Schmidt, em declarações aos jornalistas.

Depois de alcançar uma vantagem confortável na primeira mão dos oitavos de final da Liga dos Campeões, frente aos belgas do Club Brugge (2-0 fora), o Benfica tem agora o Boavista pela frente e vai procurar repor a distância pontual para o FC Porto, que no sábado se colocou a dois pontos o líder, ao vencer o Rio Ave.

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“Temos de jogar bem os 90 minutos no nosso estádio, contra o Boavista. Temos de ser disciplinados e estar concentrados, com um futebol atacante e a defender muito bem. Os resultados e a classificação são consequência de como jogamos dentro de campo e penso que temos jogado bem. Estamos com confiança, mas respeitamos o adversário de amanhã [segunda-feira] e todos os adversários do campeonato”, realçou o técnico.

A formação portuense, orientada por Petit, tem variado a sua disposição tática durante a temporada, entre uma linha de quatro ou de cinco defesas, o que deixa as ‘águias’ sem saber com exatidão a estratégia contrária, preparando-se para todas as possibilidades.

“Não sabemos exatamente a estratégia do oponente, pois têm jogado com três [centrais] ou com quatro defesas, mas estamos preparados para ambos. Estamos habituados, pois já jogámos mais, esta época, contra linhas de cinco [defesas] do que com quatro. Há diferenças, mas tentamos focar-nos em nós próprios. O Boavista tem uma boa equipa. No Bessa jogámos bem [na primeira volta], merecemos a vitória [3-0] e, agora, espero outra grande exibição”, analisou.

As recentes exibições de Chiquinho, que tem sido aposta como titular desde a saída do médio argentino Enzo Fernández para o Chelsea, têm merecido destaque e o treinador benfiquista abordou as comparações que se têm feito com o francês Zinedine Zidane.

“Não sei a razão para o nome, mas há coisas similares, especialmente a guardar a bola. É muito forte nisso e era uma das grandes qualidades do Zidane, um dos melhores de sempre no meio-campo. Acho que são necessários mais alguns jogos para alcançar o mesmo nível, se isso é possível”, disse Roger Schmidt, primeiro em tom de brincadeira.

Mais a sério, o técnico elogiou as exibições de Chiquinho: “No início da época já tinha mostrado qualidade, não tinha tantos minutos e era difícil ser opção, mas manteve-se positivo e usou o treino para se desenvolver. Mudou também um pouco a sua posição. Quando vemos o seu perfil, é capaz de controlar o jogo, encontrar a posição certa, não cometer erros, o comportamento tático, o primeiro toque e passe, pode correr muito… Tem mais perfil de médio centro do que ofensivo. Fez boas exibições e, com confiança, está a jogar cada vez melhor. O Chiquinho é um jogador muito fiável e um exemplo na sua idade, pois já não é muito jovem, mas ainda se pode desenvolver e subir o nível”.

O líder Benfica, com 53 pontos, recebe na segunda-feira o Boavista, nono classificado, com 26, no Estádio da Luz, em Lisboa, às 21:15, em encontro que encerra a 21.ª ronda da I Liga de futebol, com arbitragem de Hélder Malheiro, da Associação de Futebol de Lisboa.