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A sessão de inverno da Assembleia Parlamentar da Organização para Segurança e Cooperação na Europa arranca esta quinta-feira em Viena envolta em polémica devido à presença de uma delegação russa, contestada por vários países, com alguns a boicotarem a reunião.
Perante a presença da delegação russa, Lituânia e Ucrânia anunciaram que vão boicotar a reunião da Organização para Segurança e Cooperação na Europa (OSCE) que vai decorrer na capital austríaca até sexta-feira, coincidindo assim com o primeiro aniversário da invasão russa do território ucraniano, iniciada na madrugada de 24 de fevereiro de 2022.
Os deputados lituanos convidaram os homólogos nórdicos, bálticos e polacos a aderir a um boicote, se a Rússia fosse autorizada a participar, mas sem sucesso.
Os ‘media’ internacionais avançaram que cerca de 18 legisladores russos devem participar na reunião, referindo ainda que todos os membros da delegação russa fazem parte das listas de sanções da União Europeia (UE) desde o início de 2014. A delegação é chefiada por Piotr Tolstoy, vice-presidente da Duma, a câmara baixa do parlamento russo.
No início de fevereiro, deputados de 20 países da OSCE exigiram que a Áustria impedisse a delegação russa de participar na reunião.
Numa carta, enviada ao governo e ao parlamento austríacos, 81 deputados de 20 países argumentaram que a participação da Rússia numa reunião que coincide com o primeiro aniversário da “invasão criminosa” da Ucrânia podia ser considerada “uma provocação“.
Em resposta, o governo austríaco afirmou que ia autorizar a entrada dos membros da delegação russa que pretendessem participar na assembleia parlamentar da OSCE, argumentando tratar-se de uma obrigação de direito internacional.
No entanto, na mesma ocasião, o executivo também lamentou a data da reunião, admitindo ser “muito infeliz”.
Em declarações à Lusa, em 3 de fevereiro, o social-democrata André Coelho Lima, deputado na assembleia deste organismo, defendeu que afastar a Rússia da participação em plataformas internacionais como a OSCE não ajuda na resolução do conflito.
Na altura, André Coelho Lima disse que não subscreveu a carta, mas acrescentou que a delegação portuguesa, composta por seis deputados — quatro do Partido Socialista (PS) e dois do Partido Social-Democrata (PSD) — não tomou uma posição de conjunto sobre este tema, optando por decidir individualmente.
Criada em 1975, em plena Guerra Fria, e com sede em Viena, a OSCE visa promover o diálogo entre o Ocidente o leste da Europa.