Não é propriamente a competição desportiva com mais seguidores, promete ficar como a competição que mais pessoas irão seguir até que comece daqui a duas semanas. A Noruega juntou-se a todos os países que anunciaram o boicote ao Campeonato do Mundo de boxe feminino que se vai realizar na capital indiana de Nova Deli, invocando como justificação aquilo que todos os restantes tinham alegado aquando da decisão: a presença de atletas russas e bielorrussas (com as respetivas bandeiras) na competição.

Desta forma, e entre as 48 medalhas entregues na edição do ano passado que não contou com representantes dos dois países pelas sanções aplicadas após a invasão da Ucrânia, são já oito as atletas que não marcarão presença para defender o pódio conquistado em Istambul: Amy Broadhurst, Lisa O’Rourke (Rep. Irlanda), Rashida Ellis (EUA), Oliwia Toborek, Lidia Fidura (Polónia), Chelsey Heijnen (Países Baixos), Tammara Thibeault e Charlie Cavanagh (Canadá). Além destes, também e da supracitada Noruega, já anunciaram também a sua ausência a Suíça, a Grã-Bretanha, a Rep. Checa e a Suécia, além da Ucrânia.

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Ainda não estão confirmados mais boicotes mas a Noruega, tal como outros contestatários, anunciaram que a decisão será semelhante se Rússia e Bielorrússia estiverem no Campeonato do Mundo masculino que se realiza em maio no Usbequistão e nos Europeus Juvenis entre abril e maio na Arménia.

Em resposta a estes movimentos, a IBA (International Boxing Asociation), que é liderada pelo russo Umar Kremlev, já se mostrou disponível para ajudar economicamente todas as atletas dos países que falharão a prova por boicote, seja para competirem, seja apenas para assistirem nas bancadas no próximo mês de março em Nova Deli . “As atletas não devem estar sujeitas a nenhum tipo de jogo político. As decisões de todas essas federações nacionais não refletem as opiniões dos desportistas, dos treinadores e dos árbitros”, justificou George Yerolimpos, secretário geral e diretor executivo da IBA, após o anúncio da Noruega.

De recordar que, ao contrário do que acontece em muitas federações internacionais, a IBA decidiu no mês de outubro terminar o boicote a atletas russos e bielorrussos. “A IBA clama pela paz e permanece como um pacificador em quaisquer conflitos, independentemente da sua nacionalidade e residência. As equipas da Rússia e da Bielorrússia poderão apresentar-se com as suas bandeiras e os hinos nacionais serão tocados caso ganhem a medalha de ouro”, comentou Umar Kremlev no comunicado que justificou a decisão.

Também em outubro, a IBA decidiu suspender a federação ucraniana por ter pedido a demissão ou a renúncia de Umar Kremlev, neste invocando que Kyrylo Shevchenko não tem legitimidade para ser o líder da federação e que o verdadeiro presidente é Volodymyr Prodyvus, um amigo pessoal de Kremlev. As decisões afastaram ainda mais o boxe do programa olímpico, depois da boa experiência em Londres-2012 e da saída antes de Tóquio-2020: em Paris-2024 estará de novo ausente, em Los Angeles-2028 (para já) também.