A coreógrafa Tânia Carvalho vai estrear a peça “Versa-vice”, que subverte o significado das coisas, a 11 de março na Bienal de Dança de Val-de-Marne, França, seguindo em digressão por Portugal e Países Baixos, anunciou a produção.
O novo trabalho da coreógrafa portuguesa estará no palco do Théâtre Jacques Carat, em Cachan, na 22ª edição da Bienal de Dança de Val-de-Marne, que decorre entre 09 de março a 06 de abril.
De acordo com o sítio ´online´ da bienal dedicada à dança, também irão participar o coreógrafo português Marco da Silva Ferreira, com a peça “Carcass”, inspirada nos gestos de danças tradicionais, em palco com várias datas de março e abril, e a dupla Jonas & Lander apresentará a 06 de abril “Bate Fado”, um espetáculo que funde a cultura portuguesa e afro-brasileira.
A nova peça de Tânia Carvalho, “Versa-vice”, que a coreógrafa descreve como “um trava-línguas” criado para “subverter, de forma onírica, o significado das coisas, olhando através de diferentes centros”, vai colocar nove bailarinos em palco, indica a produção, em comunicado.
Idealizada no contexto do desafio lançado pela Bienal de Dança de Val-de-Marne, a nova criação será apresentada entre março e julho com digressão, ainda em França, no Festival Le Grand Bain, passando posteriormente pelo solo português, com estreia nacional a 22 de abril, no DDD – Festival Dias da Dança, no Porto.
“Escrever sobre o meu trabalho é como escrever sobre o mais profundo do meu Ser. (…) Decidi chamar à peça Versa-vice (o vice-versa de vice-versa) porque ao fazer uma peça digo: a peça é sobre isto e aquilo…. Mas também poderia ser sobre o seu oposto. O seu espelho”, explica a criadora, citada no comunicado.
A peça rumará depois a Coimbra, para o Festival Abril Dança, no Convento de São Francisco, e Viseu, no Teatro Viriato, por Lisboa, na Culturgest, ainda Braga, no Theatro Circo, e Montemor-o-Novo, no PT.23. No início de julho será ainda exibida no Julidans Festival, em Amesterdão.
Com coreografia e direção artística de Tânia Carvalho, a interpretação é de Andriucha, Beatriz Marques Dias, Bruno Senune, Catarina Carvalho, Cláudio Vieira, Filipe Baracho, Luís Guerra, Matthieu Ehrlacher e Nina Botkay.
Ao longo da última década, Tânia Carvalho – artista multidisciplinar com uma carreira de 25 anos de criação em diferentes expressões artísticas, da dança ao desenho, passando pela música e cinema – tem apresentado os seus trabalhos em várias cidades francesas, como Paris, Marselha, Lyon e Uzès, onde também cria em conjunto com companhias francesas.
Tânia Carvalho iniciou aulas de dança clássica aos 5 anos, em 1991 entrou na Escola Superior de Dança de Lisboa e, em 1997, ingressou no Curso de Intérpretes de Dança Contemporânea Fórum Dança, também na capital portuguesa.
Fez ainda o Curso de Coreografia da Fundação Calouste Gulbenkian, e tem vindo a colaborar em vários trabalhos, tanto em interpretação como criação, com os coreógrafos Luís Guerra de Laocoi, Francisco Camacho, Carlota Lagido, Clara Andermatt, David Miguel, Filipe Viegas e Vera Mantero.
Como coreógrafa e intérprete criou, entre outras, as peças “Danza Ricercata” (2008), “Der Mann Ist Verrückt” (2009), “Olhos Caídos” (2010) e “A Tecedura do Caos” (2014).
É também criadora dos projetos musicais “Trash Nymph” e “Moliquentos”, e cofundadora do coletivo de artistas Bomba Suicida.
Em 2018, Tânia Carvalho foi alvo de um ciclo de homenagem sobre os seus 20 anos de carreira, que decorreu com a apresentação das suas criações mais emblemáticas e de novas obras, no Teatro Camões, pela Companhia Nacional de Bailado, e nos teatros municipais Maria Matos e São Luiz, em Lisboa.
A produção de “Versa-vice” é da Agência 25 em co-produção com a Culturgest, Estúdio 25, Theatro Circo, Teatro Municipal do Porto — Rivoli e Campo Alegre/DDD — Festival Dias da Dança (Portugal), Julidans Amsterdam (Países Baixos), La Briqueterie – CDCN du Val-de-Marne/Biennale du Val-de-Marne (França).