O dérbi de basquetebol entre Sporting e Benfica foi um rodízio de sensações. O melhor lançamento foi o que Diogo Ventura fez em direção à bancada do Pavilhão João Rocha para festejar o triunfo por 86-82. Números magros para a vantagem que os leões chegaram a ter, mas saborosos pela recuperação de oito pontos a que foram obrigados a fazer no último quarto.

Após a paragem para as seleções, a Liga Portuguesa de Basquetebol está de regresso. Sporting e Benfica protagonizavam um dérbi que marcava o início da segunda fase do campeonato (grupo A) para a qual se classificaram os seis primeiros colocados e que, desde já garantiram o acesso ao playoff — do grupo B, disputado pelos seis últimos da primeira fase, ainda duas equipas se podem apurar para a fase decisiva. Assim que para lutar por pouco mais do que um melhor enquadramento e pelo fator casa nas eliminatórias, em todas as jornadas, os melhores vão jogar contra os melhores.

O Benfica terminou a primeira fase no primeiro lugar (19 vitórias, 3 derrotas), enquanto o Sporting ficou em segundo (18-4). Ainda assim, os leões levam nove triunfos consecutivos em todas as competições — dois deles valeram a conquista da Taça Hugo dos Santos — e encontram-se na melhor fase da temporada. “Temos visto o FC Porto a perder jogos, o Benfica também a perder alguns jogos e, neste momento, somos a equipa com mais confiança e que está a jogar melhor em grupo”, disse ao Observador o extremo do Sporting André Cruz.

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No Benfica, o base José Barbosa, ao site da Federação Portuguesa de Basquetebol, afirmou que espera que a equipa continue a evoluir para terminar a época da melhor maneira. “Não estando dependentes exclusivamente dos nossos resultados para atingir essa liderança na 1.ª Fase, era algo em que não nos focávamos muito, pois ainda teríamos uma 2.ª Fase para alcançar esse objetivo. Acabou por acontecer e, naturalmente, é sempre bom terminar na liderança, mas ainda há muito campeonato pela frente e é nisso que nos queremos concentrar. O processo de aprendizagem e crescimento da equipa irá continuar, de forma a atingir a nossa melhor forma nos momentos finais e decisivos da época”.

O treinador do Benfica, Norberto Alves, lançou dois bases, José Barbosa e Aaron Broussard, no cinco inicial. O principal organizador de jogo das águias, Toney Douglas, ficou de fora. Por seu lado, o Sporting começou com Travante Williams no banco. No primeiro quarto (27-26), nenhuma das equipas conseguiu prevalência sobre a outra, saindo os leões na frente por apenas um ponto. Sporting e Benfica, com boas percentagens de lançamento, mantiveram uma troca constante de cestos.

A partir daí, a equipa de Alvalade ganhou ascendente muito graças à entrada de André Cruz que em seis minutos marcou oito pontos num perfeito quatro em quatro de lançamentos de campo. O Benfica ia tentando fazer valer a vantagem de peso dos postes Terrell Carter e Maik Zirbes perante os jogadores interiores do Sporting, Joshua Patton e Isaiah Armwood. O Sporting aproveitou um certo descontrolo emocional das águias, que viram Ivan Almeida ser sancionado com uma falta antidesportiva após um contacto duro sobre Diogo Ventura, e cravou uma vantagem de oito pontos que levou para o intervalo (52-44).

Em termos estatísticos, destacava-se a incapacidade do Benfica participar na tabela ofensiva. No final dos primeiros 20 minutos, os encarnados não tinham qualquer ressalto ofensivo e, consequentemente, não amealhava pontos a partir de segunda oportunidades. Trabalho competente do Sporting nos bloqueios defensivos. Pelo contrário, os leões somavam sete ressaltos ofensivos.

A partida subira de ritmo. As equipas abdicaram de usar os 24 segundos de tempo de ataque e optavam por posses de bola curtas. O Sporting chegou a ter 13 pontos de vantagem, mas, no meio da correria, o Benfica marcava um parcial de 10-0, para o qual contribuíam os triplos de João Betinho Gomes. No meio da loucura, um triplo em transição de José Barbosa encostou o marcador. 65-65, era o resultado no final do terceiro período.

Os comandados de Norberto Alves entraram bem no último quarto e assumiram a liderança, o que só tinha acontecido no primeiro período. Nesta fase, com o Benfica oito pontos acima e com as decisões a aproximarem-se, os lançamentos confortáveis começaram a ser mais difíceis de conseguir. O Sporting subiu a pressão defensiva e com seis pontos seguidos de Isaiah Armwood, os leões voltaram para a frente. Com o jogo a três pontos dentro dos 15 segundo finais, Ivan Almeida tentou um lançamento longe da linha dos três pontos, mas falhou. O Benfica entrou no jogo das faltas e Armwood foi para a linha de lance livre selar o resultado em 86-82.

Nos leões, Armwood foi o grande destaque da (16 pontos, sete ressaltos), mas o melhor marcador do encontro foi mesmo João Betinho Gomes (30 pontos, quatro ressaltos). Ao nível do passe, destacaram-se Marcus Lovett Jr. e Aaron Broussard, ambos com oito assistências. Travante Williams teve dificuldades ao nível do lançamento (30%) e teve que contribuir de outras formas, conseguindo nove ressaltos.

Depois do FC Porto ter vencido a Ovarense (96-74), dragões, Sporting e Benfica estão empatados na liderança do campeonato com 42 pontos. Na próxima jornada há clássico entre Benfica e FC Porto.