“Vou prevenir a III Guerra Mundial muito facilmente” e “resolver a guerra na Ucrânia num dia”. Foram as promessas deixadas por Donald Trump, ex-Presidente dos Estados Unidos e novamente candidato presidencial, na conferência de conservadores norte-americanos CPAC, onde Trump discursou este sábado.

Antes ainda de chegar à Sala Oval, vou resolver a guerra horrível entre a Rússia e a Ucrânia”, prometeu Trump. “E não me vai demorar mais de um dia. Porque sei exatamente o que lhes dizer.”

Num discurso de mais de hora e meia, Trump justificou estas promessas com base na sua prestação como Presidente, dizendo que a sua política de “paz através da força” resultou com a Rússia. “Tenho o tipo de personalidade que nos mantém afastados das guerras, porque as pessoas sabem que não podem meter-se connosco”, afirmou, relembrando que no seu mandato os Estados Unidos não se envolveram em nenhum novo conflito.

O objetivo principal, diz, é defender primeiro as fronteiras norte-americanas e impedir que os americanos percam soldados “em guerras de países de que nunca ninguém ouviu falar”.

A questão sobre se essa postura isolacionista poderia levar a Rússia a sentir-se mais empoderada para invadir a Ucrânia é, para o ex-Presidente, uma falsa questão. “Fui o único Presidente com quem a Rússia não invadiu nenhum país, porque me dava bem Vladimir Putin. Eu disse-lhe ‘Vladimir, não o faças. Somos amigos, não invadas nenhum país’“, afirmou, relembrando que durante a presidência de George W. Bush a Rússia invadiu a Geórgia e com Barack Obama tomou a Crimeia.

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Comigo não invadiram nada. E eu nem tive de os ameaçar muito”, disse, classificando como “desinformação” a ideia de que foi “fraco” com a Rússia.

A guerra na Ucrânia, acrescentou, nunca teria acontecido se tivesse permanecido no poder: “Putin pensou ‘Já não há Trump, provavelmente é uma boa altura para conquistar a Ucrânia’. Foi provavelmente por isso que isto aconteceu.”

Essa postura, diz Trump, não é incompatível com a de uma América mais afastada do sistema de multilateralismo. Para o provar, o ex-Presidente sublinhou a sua postura com os aliados europeus relativamente à NATO, recordando uma reunião onde disse que não defenderia esses países de uma invasão russa por serem “delinquentes” que não pagam a contribuição devida aos EUA. “Enviamos-lhe um cheque amanhã”, terá dito um Presidente de um país europeu. “Se não os tivesse obrigado a pagar, a NATO já nem existiria”, resumiu.