Donald Trump terá oportunidade de depor perante um grande jurí em tribunal no caso do alegado suborno pago à ex-atriz pornográfica Stormy Daniels. O ex-Presidente está a braços com a justiça de Nova Iorque que suspeita que Trump tenha desviado fundos de campanha para esconder o seu relacionamento extraconjugal com Daniels. Segundo o New York Times, os mais recentes desenvolvimentos indicam que possa estar prestes a ser formalmente acusado.
Trump volta a ser investigado por pagamento secreto a atriz pornográfica
A imprensa norte-americana cita fontes próximas do promotor do distrito de Manhattan, Alvin Bragg, responsável pela investigação a Trump. Em causa está o pagamento de 130 mil dólares, transferidos por Trump por intermédio do seu ex-advogado Michael Cohen, duas semanas antes das eleições presidenciais de 2016 (que o Republicano viria a vencer).
Na sua rede social, a Truth Social, o antigo Presidente insiste que tudo não passa de uma caça às bruxas encabeçada pelo Partido Democrata e restantes rivais políticos, com o intuito de prejudicar a sua candidatura eleições presidenciais de 2024. “Não fiz absolutamente nada de errado. Nunca tive um caso com Stormy Daniels, nem nunca quis ter um caso com Stormy Daniels”, pode ler-se no comunicado.
Caso seja indiciado, seria a primeira vez que um ex-Presidente norte-americano seria formalmente acusado de um crime.
Segundo o antigo advogado de Trump, Michael Cohen (a que o ex-chefe de Estado se refere como um “traidor”), o dinheiro transferido para Stormy Daniels foi reembolsado posteriormente. No entanto, as autoridades suspeitam que este reembolso não foi corretamente contabilizado, o que constituiria um crime. Não é tudo: a acusação pode ainda aumentar de gravidade se os procuradores estabelecerem que a falsa contabilidade foi utilizada para esconder uma violação das regras de financiamento de campanha.
Este não é o único caso envolvendo Trump na justiça norte-americana. No início do ano, foi condenado por um tribunal na Flórida a pagar uma indemnização de quase um milhão de dólares (924 mil euros) na sequência de um processo que o próprio moveu contra, entre outros, Hillary Clinton, o Partido Democrata e o ex-diretor do FBI, James Comey, e que a justiça norte-americana considerou irregular por ter sido “politicamente motivado”. Antes disso, a sua empresa, a Trump Organization foi multada em 1,6 milhões de dólares (1,48 milhões de euros) por executar um esquema de fraude financeira e fiscal.
O empresário de 76 anos está ainda a braços com uma série de outros processos legais, incluindo o movido pela jornalista E. Jean Carroll, que o acusa de a ter violado nos anos 1990, bem como investigações aos documentos confidenciais na sua propriedade em Mar-a-Lago na Flórida, e ao seu envolvimento no ataque ao Capitólio, a 6 de janeiro de 2020.