As novas regras anunciadas pelo Governo para o concurso nacional do acesso ao Ensino Superior podem deixar os politécnicos com menos alunos. Em causa está a necessidade de dois exames positivos para aceder a esse nível de ensino, o que até aqui não acontecia — e o número de alunos que se candidatava apenas com uma prova.

O Jornal de Notícias fez uma comparação com o ano 2019, o último em que houve normalidade no acesso ao ensino superior, e revelou que, nessa altura, 10,4% dos alunos (5874) tinham apenas uma nota positiva num exame nacional. Ou seja, se as novas regras fossem aplicadas, estes candidatos ficariam automaticamente de fora.

Num parecer do Conselho Coordenador dos Institutos Superiores Politécnicos (CCISP) enviado ao Ministério da Ciência e Ensino Superior, que tem como base o concurso de 2019, é explicado que 31,7% dos estudantes que se candidataram (cerca de 18 mil) optaram por colocar apenas uma prova de ingresso. E com uma pesquisa que se baseou nos politécnicos e na Universidade do Algarve, o CCISP concluiu que 16,5% dos alunos apenas tiveram nota positiva num dos exames e que mais de 40% concorreram com a mesma prova em todas as opções.

Em declarações ao JN, a presidente do CCISP, Maria José Fernandes, explicou que o modelo proposto vai resultar numa “diminuição de candidatos” no concurso de acesso ao Ensino Superior. “Quando associamos estes pelo menos seis mil alunos à diminuição de jovens em idade de ingresso no Superior, é preocupante”, alertou, esclarecendo que o impacto será ainda maior em zonas com menor densidade populacional.

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O novo modelo de acesso ao Ensino Superior, que a ministra Elvira Fortunato já descreveu como “mais justo e robusto”, desce o peso da classificação final dos exames nas notas (de 30% para 25%), obriga a três exames (sendo o de Português obrigatório) e deixa que as instituições definam entre duas a três provas de ingresso — quando no passado podiam escolher entre uma e três. Ou seja, os alunos passam a precisar, obrigatoriamente, de nota positiva em dois exames para ingressarem no Ensino Superior.

Novo modelo de acesso ao ensino superior é “mais justo e robusto”, diz ministra