Uma hegemonia quase completa em termos nacionais, uma espécie de “besta negra” ao longo da presente temporada. Depois de mais uma vitória no dérbi frente ao Sporting realizado em Viana do Castelo, o Benfica voltava à final da Taça de Portugal e reencontrava a Fonte do Bastardo, conjunto açoriano que venceu pouco depois de aterrar no continente o Castêlo da Maia e voltava a desafiar os encarnados por mais um título. Até agora, a vantagem pertencia aos insulares: em quatro encontros realizados na presente temporada, a equipa lisboeta ganhara apenas um na segunda fase do Campeonato contra três do conjunto da Praia da Vitória incluindo a decisão da Supertaça, que quebrou uma série de títulos consecutivos dos benfiquistas.

Acabou a Fonte da hegemonia: Bastardo surpreende Benfica e conquista primeira Supertaça da história

Também por isso, e numa fase em que o Campeonato está prestes a entrar nas decisões, havia quase uma espécie de tira-teimas entre a tentativa de “vingança” do Benfica depois da derrota na Supertaça e a tentativa de somar o segundo troféu da temporada da Fonte do Bastardo (tendo ainda a principal prova nacional como meta), algo que há alguns anos não acontecia. E a intensidade do duelo foi um espelho disso mesmo.

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Os dois primeiros sets mostraram a qualidade dos dois conjuntos sobretudo no plano ofensivo mas com os encarnados a levarem a melhor por conseguirem aquilo que os açorianos procuraram sem sucesso: parciais de três/quatro pontos consecutivos no side-out que colocava os melhores na zona de serviço. Foi isso que desequilibrou o primeiro parcial, com um 4-0 a abrir que teve peso no 25-21 final; foi isso que marcou o segundo set, com dois momentos por cima do encontro a fecharem o resultado em 25-19. O terceiro parcial ainda foi prolongando o equilíbrio no marcador mas o bloco dos lisboetas voltou a aparecer na fase decisiva, permitindo mais uma vez ganhar uma boa folga no resultado para fechar a vitória com o parcial de 25-18.

Com esta vitória, o Benfica conquistou a 20.ª Taça de Portugal no seu historial, a quarta nos últimos cinco anos (a exceção foi a final perdida em 2021 frente ao Sporting), e reforçou a vantagem na competição, com mais oito vitórias do que o Sp. Espinho. Já a Fonte do Bastardo teve a quarta derrota em finais da Taça de Portugal, prova que venceu apenas por uma vez na temporada de 2012/13.

“Com o nível que apresentámos, sinto que venceríamos mesmo se o jogo fosse mais disputado. Estivemos bem na partida, foram poucos os momentos em que oscilámos. Eles só tiveram uma passagem no marcador, com um serviço do Edson, e a vitória da nossa parte é merecida. Fico feliz por toda a equipa que trabalha muito mas o Benfica tem investimento para tudo isso. Desde o primeiro ano que refiro que, se não tivéssemos todos estes títulos, eu não estaria mais aqui. Há muita pressão para trabalhar tanto para a equipa técnica como para os jogadores mas nós estamos numa sequência boa. É difícil ganhar ao Benfica mas agora vamos entrar nas meias-finais do playoff do Campeonato, contra uma equipa que vai arriscar tudo [Leixões]. Acredito que temos condições para passar à final e tentarmos ser campeões”, comentou no final da partida o técnico do conjunto encarnados, Marcel Matz, técnico que chegou, viu e venceu desde que chegou no verão de 2018 com a conquista de três Campeonatos, três Taças de Portugal e quatro Supertaças.