O Banco Nacional da Suíça já veio assumir que garantirá a liquidez ao Credit Suisse caso venha a ser necessário, mas vai dizendo que o banco helvético cumpre os rácios de capital e liquidez regulatórios.
“Se necessário o SNB (Banco Nacional da Suíça) providenciará liquidez ao Credit Suisse “, diz em comunicado o banco central. O banco caiu esta quarta-feira, 15 de março, quase 25% em bolsa, depois do seu maior acionista ter recusado que poderia meter mais dinheiro no banco que se arrasta há anos em problemas financeiros.
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Ainda no final de 2022 teve de fazer um aumento de capital, mas as dúvidas sobre a sua saúde financeira mantêm-se, agravadas pelos resultados desse ano que vieram com outra informação: o auditor encontrou deficiências “graves” no controlo interno das contas. Em 2022, o Credit Suisse teve um prejuízo histórico de 7,3 mil milhões de créditos suíços — cerca de 7,5 mil milhões de euros.
Com preocupações acrescidas e numa semana que começou com quedas de bancos nos Estados Unidos, o rastilho estava posto. O Credit Suisse caiu em bolsa e pediu apoio ao Banco Nacional Suíço para acalmar os mercados. O apoio chegou ao fim do dia com um comunicado do banco central e do supervisor do setor financeiro (FINMA) com duas garantias: os problemas de alguns bancos nos Estados Unidos não colocam um risco direto de contágio para os mercados financeiros suíços já que “os requisitos de capital e liquidez aplicáveis às instituições suíças garantem a sua estabilidade”.
E acrescentou outra garantia: o Credit Suisse “cumpre os requisitos de capital e liquidez estabelecidos para os bancos de importância sistémica”, mas, “se necessário”, não lhe faltará liquidez. “Se necessário, o SNB fornecerá liquidez ao Credit Suisse”.
Realçam, nesse comunicado, que pretendem, com isto, esclarecer que não há indicações de que haja um risco de contágio direto para as instituições suíças com o que se está a passar nos Estados Unidos — numa semana caíram três bancos, dois dos quais acabaram por ver os depósitos totalmente cobertos por ação dos reguladores.
O banco central e o supervisor do mercado financeiro acrescentam que existem requisitos de capital e liquidez aos bancos, que são maiores para os bancos considerados de importância sistémica, que é o caso do Credit Suisse.
“O valor das ações do Credit Suisse e dos títulos de dívida foram particularmente afetados pela reação dos mercados nos dias recentes. FINMA está em contacto muito direto com o banco e tem acesso a toda a informação relevante em termos de supervisão. E face a isto, a FINMA confirma que o Credit Suisse cumpre os mais rácios mais altos de capital e liquidez aplicáveis aos bancos de importância sistémica”. Mas as duas entidades garantem estar a seguir os desenvolvimentos com atenção redobrada e dizem-se em contacto com o Departamento Federal das Finanças para garantir a estabilidade financeira.