“Nesta casa, neste clube, e estou aqui há alguns anos como treinador e estive alguns como jogador, nunca mas nunca se atira a toalha ao chão. Olhamos sempre os adversários de frente. Estamos longe, é verdade, mas temos nove finais para disputar. Em maio as contas vão fazer-se, sempre de cabeça erguida e o máximo de empenho. Isso podem ter a certeza. Assim espero que toda a gente continue, e não venham com mensagens para dentro e para fora. Toda a gente é toda a gente, seja quem ama o FC Porto ou trabalha dentro do FC Porto. Temos de correr no mesmo sentido. Depois, em maio, sentamo-nos e vemos a contas, o que fizemos e não de bom, qual é programação e o planeamento. Tudo isso para a próxima época”.

“Uma equipa grande não pode ficar a zeros, não faz parte. O golo está caro.” Conceição destaca falta de eficácia do FC Porto

Depois do desabafo na conferência de imprensa após o empate sem golos frente ao Inter que valeu a saída da Liga dos Campeões nos oitavos, onde voltou a lamentar o facto de ter 30% do plantel vindo da B e 40% de “equipas médias como Santa Clara, P. Ferreira, Famalicão e Rio Ave” sem o reconhecimento que entende não ter entre as constantes renovações do plantel que se vê obrigado a fazer, Sérgio Conceição voltou a pedir união até ao final da temporada antes de abordar a questão da “programação e planeamento” para a nova temporada. Tudo isto numa fase em que começam a surgir notícias sobre um maior investimento que estará a ser preparado para 2023/24, algo que poderia também estar ligado com as eleições nos azuis e brancos que se realizam no próximo ano. Pinto da Costa, presidente do clube há mais de 40 anos, recusa essa ligação causa-efeito e vai mais longe no pensamento, recusando que não tenha agora havido investimento.

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“30% da equipa B, 40% vindos de clubes médios e depois o mérito é zero…”: o desabafo de um Sérgio Conceição “frustrado e triste”

“Não é verdade que haja falta de investimento. Comprámos o Grujic por nove milhões, Veron por dez, David Carmo por 20 e mais jogadores como o Eustáquio e outros. Não houve falta de investimento. O investimento que vier a ser feito nada tem a ver com eleições, isso é uma imbecilidade”, comentou o líder portista na noite desta segunda-feira, à margem da gala do jornal “O Gaiense” onde marcou presença.

“Só quem não me conhece, nem à minha carreira como dirigente… Nunca fiz nenhuma contratação de jogador, treinador ou do que fosse para ganhar eleições. Não tem nada a ver uma coisa com a outra. Só quem possa estar de má-fé pode pensar assim. Não tenho no meu pensamento as eleições, falta mais de um ano, nem sequer nesta altura sou candidato porque não é o tempo disso. Garanto que se vier a ser candidato não será por isso que investirei um milhão a mais ou a menos do que o habitual. Querer transformar uma possível entrada de milhões em algo para ganhar as eleições, só na cabeça de um pateta”, acrescentou ainda o líder dos azuis e brancos, que comentou também as palavras de Sérgio Conceição.

“Qualquer um do FC Porto que falasse nessa altura tinha de demonstrar uma grande frustração. Tínhamos o desejo e ambição de passar, estávamos convencidos que seria possível e o jogo mostrou que esse sentimento era razoável. Falou com frustração. Se eu falasse também estaria frustrado”, frisou sobre o técnico.

Pinto da Costa falou também de Fernando Gomes, o Bibota que morreu em dezembro e que foi recordado na cerimónia: “Foi um dos melhores pontas de lança e dos melhores jogadores de sempre. Serve de exemplo para qualquer um, para os que estão e para os que estiveram, porque era um atleta exemplar, que dentro do campo dava tudo. É isso que se exige de um profissional e atleta do FC Porto. Estes têm o mesmo empenho, poderão não ter o mesmo feeling como goleador e matador. Não foi por acaso que ganhou duas Botas de Ouro. Estamos aqui a evocar a sua memória como grande atleta e portista que foi”.