Foram nove horas de cimeira, a SNS SUmmit, em que diretores clínicos, enfermeiros diretores, diretores do serviço de urgência e enfermeiros-gestores do serviço de urgências das instituições do SNS se reuniram para debater as boas práticas nas urgências e na articulação com outros serviços.
Da discussão, em que também esteve presente o ministro da Saúde, Manuel Pizarro, assim como alguns dos seus antecessores (como Adalberto Campos Fernandes ou Maria de Belém), e o diretor-executivo do SNS, Fernando Araújo, saiu uma lista de recomendações para reformar os serviços de urgência, que será estudada e implementada pela Direção Executiva do SNS.
O responsável por apresentar a súmula das 16 sugestões foi Nelson Pereira, diretor do serviço de urgência do Centro Hospitalar de São João. Estas medidas foram delineadas à luz dos temas que foram abordados ao longo de toda a cimeira, de acordo com as intervenções dos vários oradores ao longo do evento. Esta é a lista completa:
- Investir em campanhas nacionais de promoção da literacia e informação da população com vista ao uso mais racional dos serviços de urgência.
- Aumentar a resposta dos doentes agudo não urgente em contexto extra-hospitalar.
- Reforçar o alinhamento de respostas locais entre os cuidados de saúde hospitalares e cuidados de saúde primários através do alargamento do modelo de Unidade Local de Saúde.
- Atualizar os algoritmos de referenciação do INEM e da Linha de Saúde 24. Estabelecer um sistema de informação único partilhado.
- Implementar progressivamente o modelo de urgência referenciada e regular o acesso ao serviço de urgência hospitalar por doentes não urgentes.
- Estabelecer equipas dedicadas no serviço de urgência.
- Implementar o modelo de gestão com centros de responsabilidade integrada nos serviços de urgência.
- Criar a especialidade de medicina de urgência.
- Alargar o modelo de urgências metropolitanas.
- Implementar um regime fiscal especial, com garantia de contabilização das horas extraordinárias em serviço de urgência para fins de tempo de serviço ou reforma.
- Criar uma rede de transporte inter-hospitalar de doentes graves.
- Definir um modelo transversal de gestão para admissões, camas e altas em cada instituição hospitalar.
- Dar prioridade aos modelos alternativos à hospitalização clássica tradicional.
- Aumentar a capacidade de resposta da rede nacional de cuidados continuados e da Segurança Social aos doentes com critérios de alta clínica.
- Otimizar as ligações inter-institucionais (cuidados continuados, cuidados de saúde primários e Misericórdias), evitando sobreposições e perdas de rede.
- Criar um programa de investimento para requalificação das urgências hospitalares.