A ideia foi desde logo revelada por Razlan Razali, diretor da RNF Aprilia, quando falou aos jornalistas após o final do Grande Prémio de Portugal: Marc Márquez, quando se dirigiu às boxes da equipa de Miguel Oliveira para pedir desculpas pelo acidente deste domingo, defendeu que tinha tido um problema na mota que o impedira de travar antes de abalroar o português.
Mais de uma hora depois do fim da corrida, já após ser diagnosticado com uma contusão na perna que afastou a assustadora possibilidade de fratura, Miguel Oliveira abordou o tema. “Falei com ele. Tentou explicar a situação, disse que provavelmente tinha tido um problema no travão. Mas quando se tem problemas nos travões, trava-se antes, não se trava mais tarde para tentar ultrapassar os pilotos. Espero que o sistema funcione. Se sancionaram outros pilotos, que o sancionem a ele também”, explicou o português, lembrando que “o incidente em si é bastante fácil explicar”, já que foi “uma tentativa de ultrapassagem um bocado ambiciosa”.
“Estou bastante frustrado. É mais frustrante ainda quando sabemos que podemos fazer um bom fim de semana, um bom resultado. Queria sair melhor, fiz um bom arranque, fiz a volta de abertura em primeiro. Quando o Pecco [Bagnaia] me passou sabia que tinha margem para melhorar, ainda tinha de pôr a mota mais quente. Foi demasiado inglório ter esta corrida a acabar tão cedo, com tanta expectativa que se gerou e com o apoio que tive. É muito inglório”, acrescentou.
Mais à frente, o piloto da RNF Aprilia deixou praticamente certo que vai estar no próximo Grande Prémio, na Argentina. “O objetivo é chegar à Argentina o melhor possível, sem nenhuma lesão incapacitante. Não havendo lesão, temos de arranjar a melhor forma de gerir a dor. Tratamento anti-inflamatório, apenas”, disse Miguel Oliveira, que não escondeu o facto de se sentir “dorido”.
“Estivemos a tentar averiguar se havia algum tipo de fratura, por mais pequena que fosse. Felizmente não há. Temos de fazer um despista com ressonância para perceber se a nível ligamentar está tudo intacto, para começar o tratamento”, completou, deixando ainda uma breve antevisão da temporada que arrancou este fim de semana. “Foi só a primeira corrida, mas estou otimista. Consegui andar bem com a mota, consegui percebê-la cada vez mais e andar muito rápido. E isso não é algo que costume acontecer logo na primeira corrida, por isso, estou obviamente otimista”, terminou.