Quinto dérbi da temporada, um sexto garantido nas meias-finais da Taça de Portugal, mais três a cinco caso as equipas voltem a cruzar no playoff. À semelhança do que tem acontecido nas últimas épocas, Benfica e Sporting vão somando confrontos entre ambos no calendário de basquetebol e quase sempre com diferenças mínimas no final, havendo apenas a exceção do triunfo dos encarnados no Pavilhão João Rocha na primeira fase (89-78). Agora, no Pavilhão da Luz, havia quase dois objetivos paralelos: o primeiro, mais óbvio, passava pela liderança da segunda fase e consequente possível vantagem do fator casa no playoff; o segundo, mais numa ótica dos treinadores, entroncava na evolução em relação ao último confronto entre ambos, que terminou com a vitória dos leões numa partida que parecia ser do rival nos últimos minutos.

Até o leão mostrar as garras: Sporting derrota Benfica nos últimos minutos do dérbi de basquetebol

“Esperamos um jogo muito equilibrado, o Campeonato está com as três equipas ditas grandes empatadas. Vai ser até ao final para obter a melhor classificação para o playoff e este jogo assume um carácter muito importante. Prevejo um jogo equilibrado, equipas de nível semelhante mas com estilos diferentes de jogar. O Sporting é uma equipa muito ativa defensivamente, joga sempre nos limites do contacto físico. Temos de saber lidar com isso mentalmente e estar focados desde o primeiro segundo. Isso é decisivo para poder vencer o jogo. É fundamental movermos muito a bola e obrigá-los a defender muito espaço. Se recorrermos a 11 estático, em que permitimos rapidamente a redução do espaço, não vamos ter sucesso”, tinha comentado Norberto Alves, técnico dos encarnados, no lançamento da partida ao canal do clube.

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Benfica vence Sporting em basquetebol e mantém invencibilidade

“O último dérbi foi um jogo bem conseguido da nossa parte, exceto o quarto período. Estivemos a ganhar durante todo o encontro mas permitimos que o Benfica se mantivesse dentro do jogo. Depois aconteceu o contrário. Tomámos más decisões, o Benfica chegou a estar na frente por oito pontos com cerca de três minutos por jogar, mas tivemos a força mental para dar a volta ao jogo. A liderança é um objetivo comum às três equipas da frente. Podemos colocar-nos numa boa posição ou não mas nunca será definitiva, porque ainda temos mais jogos por fazer e todos, nesta fase, são extremamente difíceis. Temos de estar motivados, alerta e no máximo das capacidades”, resumira Pedro Nuno, treinador dos leões, à Sporting TV.

Parecia decidido, foi até ao final: Sporting vence dérbi com Benfica e conquista segunda Supertaça consecutiva

Agora, e à semelhança do tinha acontecido no Pavilhão João Rocha no início do Campeonato que se seguiu à vitória do Sporting na Supertaça, o Benfica não só venceu como conseguiu uma larga margem de vantagem frente a um rival que começou a desaparecer nos seis minutos antes do intervalo e afundou-se por completo na segunda parte também por culpa de Toney Douglas, o MVP com uma exibição de luxo na Luz. Ou seja, e enquanto os encarnados aprenderam as lições do último jogo em que estiveram quase sempre atrás, deram a volta mas facilitaram nos últimos três minutos, os leões quebraram muito… e não recuperaram.

A primeira parte foi um autêntico carrossel de domínios e momentos repartidos entre equipas, com a equipa encarnada a ter uma entrada melhor no jogo com uma vantagem de seis pontos e os leões a responderem da melhor forma com melhorias defensivas e outras soluções ofensivas que viraram a partida para o 24-21 que se registava no final do primeiro período. Depois, um parcial de 11-0 e uma “revolução” ainda mais forte: o Sporting conseguiu ter uma vantagem de 14 pontos na partida (35-21) numa fase em que nada corria bem no ataque dos visitados mas deixou-se levar pelos protestos em algumas decisões de arbitragem que abanaram a concentração dos jogadores, permitindo que o Benfica agarrasse no jogo, “chamasse” o pavilhão ao encontro depois de algum adormecimento dos adeptos e terminasse na frente ao intervalo por 46-43.

Mais do que questões táticas, agressividade defensiva ou superioridade nas tabelas, ambos os treinadores sabiam que o segredo para um desfecho favorável no dérbi passava pelo controlo emocional e para a gestão dos diferentes momentos que o jogo ia apresentando. Aliás, foi isso que fez com que Ivan Almeida não viesse do intervalo após duas faltas técnicas. No entanto, e mesmo sem o cabo-verdiano, foi o Benfica que lidou da melhor forma com essas fases, aproveitando o final do terceiro período para disparar (69-60) numa partida onde os leões voltaram à liderança mas permitiram que o rival se lançasse para a vitória (99-86).