Ano novo, vida nova. Ou melhor, renovada para o Benfica após ter sido campeão nacional, revolucionada pelo Sporting apesar da vitória na Taça de Portugal. Como é habitual nos mercados de verão das principais equipas de basquetebol, foram muitas as mudanças sobretudo de estrangeiros em todas as formações da Liga, com um previsível aumento de competitividade entre os grandes candidatos ao título como se viu na final do Torneio Internacional de Lisboa que terminou com vitória dos encarnados frente aos leões no prolongamento por 90-89 e também no jogo decisivo do Torneio Internacional de Viana do Castelo, com novo triunfo das águias agora diante do FC Porto também após tempo extra por 93-86. Seguia-se o primeiro troféu oficial da temporada em Torres Novas, de novo discutido entre rivais lisboetas.

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“Há diferenças, nomeadamente nas ideias ofensivas do Sporting. É uma equipa que joga muito com os bloqueios diretos e vamos ter de saber defender isso. A nível defensivo é um pouco semelhante, procura estender a defesa a campo inteiro, colocar situações de 2×1, tirar o adversário do ritmo normal. Cabe-nos encontrar as vantagens que podemos provocar neles”, referira Norberto Alves, treinador do Benfica ao canal do clube. “Os resultados positivos são sempre bons. Começámos bem a pré-época mas vale o que vale. O foco é começar bem frente ao Sporting. Vamos abordar da maneira mais séria possível, com competência. É a responsabilidade de sempre, sendo um título para disputar e ganhar”, acrescentara.

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“A equipa está bem, fizemos uma pré-temporada algo limitada em termos de jogos mas foram positivas as indicações que o conjunto deu ao longo da preparação. Em relação ao jogo da Supertaça, o Sporting joga sempre para ganhar, seja onde for e com quem for. A nossa mentalidade é esta e não abdicamos da nossa maneira de pensar. A equipa do Benfica tem alguns pontos a favor. Para já tem o mesmo treinador e a maioria dos jogadores mantém-se. Por isso já existem mais rotinas, já se percebem melhor uns aos outros e, além disso, tiveram outras entradas que trazem qualidade. São fatores que nos podem dificultar mas nós queremos sempre ganhar”, salientara Pedro Nuno, novo técnico do Sporting, ao canal do clube.

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Depois de uma série de 11 triunfos consecutivos do Sporting entre fevereiro de 2020 e fevereiro de 2022 no dérbi com jogos na Liga, na Taça Hugo dos Santos, na FIBA Cup e no Torneio Internacional de Lisboa, o Benfica conseguiu dar a volta a esses números e chegava a Torres Novas com quatro vitórias nos últimos cinco encontros diante dos leões. Mais do que isso, partia com essa vantagem teórica de ter uma base que transitava da última época mais reforços conhecedores da realidade nacional como James Ellisor, que foi campeão por Oliveirense e Sporting. Era neste contexto que chegava a decisão, que poderia dar apenas a segunda Supertaça ao conjunto verde e branco depois do triunfo diante do Imortal no ano passado ou o 15.º troféu às águias, de longe o clube com mais títulos. Num final emocionante, caiu para o Sporting.

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A partida teve dois períodos completamente distintos na primeira parte, com o primeiro a ser quase o que de melhor se vê numa NBA e o segundo a ter vários momentos do pior que pode haver nas competições nacionais. Os leões fizeram os primeiros pontos, os encarnados passaram depois para a frente com uma vantagem de quatro mas foi o conjunto verde e branco a conseguir dominar com uma alta percentagem de lançamentos que nem a defesa à zona contrária conseguiu minimizar, ganhando por 33-28 no final dos dez minutos iniciais depois de uma reação do Benfica. No segundo quarto, os encarnados conseguiram ter uma defesa mais agressiva, consentiram apenas dois pontos em quatro minutos ao Sporting, empataram a 35 antes de um oásis de cestos marcados mas não resistiram a um novo ascendente verde e branco no jogo que permitiu a maior vantagem até aí depois de uma jogada costa a costa de João Fernandes (48-37).

A segunda parte continuou com o Sporting por cima a aumentar ainda mais as vantagens máximas, que tiveram o ponto mais alto com o 61-45 que se foi prolongando até aos derradeiros dez minutos, que tinham início com 69-54 para os leões. Aí, tudo mudou: a defesa zona 2:3 do Benfica surtiu efeito, o risco assumido de pressionar quase campo inteiro também condicionou e muito os leões, os triplos começaram a cair a o jogo entrou nas derradeiras posses com os campeões colados aos vencedores da Taça de Portugal com apenas um ponto de desvantagem (83-82), mantendo a emoção até final com o Sporting a conseguir travar a série de erros que lhe custou a larga vantagem e a fechar a partida com um triunfo por 89-84.