A companhia britânica de baixo custo Easyjet cancelou 16 voos, dos 158 planeados para esta segunda-feira, disse à agência Lusa fonte da empresa, questionada sobre o impacto da greve do pessoal de cabine, iniciada no sábado em Portugal.
“No total tivemos 52 voos protegidos (cancelados) e operamos 530 voos em Portugal, 80% do planeado”, lê-se na informação enviada à Lusa no terceiro e último dia da greve, convocada para exigir aumentos salariais e melhores condições de trabalho.
De acordo com a empresa, no sábado foram cancelados 16 voos, dos 192 previstos, e no domingo foram cancelados 20 voos, de um total de 180.
“No sábado, até inauguramos uma rota nova, Porto – Nápoles. Em relação a Faro, em particular, operamos 91% da operação sábado (64 voos) e domingo operáramos 90% da operação, 56 voos).
A companhia afirma ter operado “mais de 80% do seu programa de voos” nos dias 1, 2 e 3 de abril. Para esta segunda-feira, estima assegurar 77% da operação planeada para o país.
“Continuaremos a fazer todo o possível para minimizar o impacto da greve nos clientes. Passageiros com reservas em voos dentro do período de greve também têm a opção de alterar o voo”, indicou a companhia, em comunicado.
A EasyJet aconselha os clientes a verificarem o estado do voo no rastreador de voos (https://www.easyjet.com/en/flight-tracker) e, se necessário, efetuarem alterações no website (Guia “Gerir Reservas”).
“Estamos desapontados com esta greve, sobretudo tendo em conta o significativo investimento que fizemos no país nos últimos anos, que criou centenas de novos postos de trabalho em Portugal e esperamos que o SNPVAC retome um diálogo construtivo connosco”, referiu a empresa.
A companhia emprega atualmente mais de 750 pessoas, das quais cerca de 534 são tripulantes de cabine.
A agência France-Presse noticiou no fim de semana o cancelamento de dezenas de voos nomeadamente de Bastai (França), Birmingham (Reino Unido) e Basileia (Suíça), com origem em Lisboa, bem como Madrid, a partir do Porto, segundo informações da Aeroportos de Portugal (ANA), que aconselhou os passageiros a informarem-se antes de se deslocarem para o aeroporto.
O Ministério das Infraestruturas, que tutela os transportes, estabeleceu um serviço mínimo de 54 voos, segundo a AFP.
Por seu lado, a Easyjet indicou estar a fazer tudo para “minimizar o impacto” da ação, explicando que tentou antecipar os efeitos da greve, cancelando voos antecipadamente e dando aos clientes a possibilidade de alterarem viagens gratuitamente ou de obterem o reembolso.
Segundo o Sindicato Nacional do Pessoal da Aviação Civil, que convocou a paralisação, a companhia anulou 78 voos nos três dias da greve, o que corresponde a cerca de 30% dos voos programados, no momento do anúncio do pré-aviso de greve, em 17 de março.
Os trabalhadores reclamam aumentos salariais, “congelados desde 2019” e melhoria das condições de trabalho, explicou à AFP um porta-voz do sindicato.
Na rede da Easyjet na Europa, afirmam ser “os menos bem pagos”. Alegam também que trabalham mais horas, com menores períodos de repouso”. Mas a companhia diz que cumpre as leis do país.