O whistleblower que divulgou os documentos confidenciais do Pentágono é descendente de portugueses. Jack Teixeira, de 21 anos, militar da Guarda Aérea Nacional do Massachusetts, foi detido pelo FBI esta quinta-feira, já depois de reportagens do New York Times e do Washington Post terem dado a conhecer a identidade do jovem.
De acordo com informações que o Observador confirmou junto do presidente da Casa dos Açores de Fall River, Francisco Viveiros, Teixeira é neto de avós açorianos, não tem nacionalidade e não estava registado no consulado. A família do jovem é descrita como sendo afastada da comunidade portuguesa local.
O que levou o jovem militar a divulgar os documentos não é, para á claro, sabendo-se apenas que começou por partilhá-los num chat virtual fechado na rede social Discord, e que dali os documentos se espalharam para outras redes sociais e fóruns públicos. O presidente norte-americano, Joe Biden, falou hoje pela primeira vez sobre o assunto, e declarou que o leak não revelou “nada de muito grave”.
Na Rússia, está a ser investigada a autenticidade do vídeo de decapitação de um prisioneiro de guerra ucraniano, divulgado esta quarta-feira e que chocou a comunidade internacional. O gabinete da procuradoria-geral russa declarou que o vídeo foi “encaminhado para ser verificado pelas autoridades de investigação”, que irão determinar uma “decisão apropriada” sobre a sua “credibilidade”.
Num outro tema quente das relações diplomáticas EUA-Rússia,
Veja aqui um resumo dos outros acontecimentos que marcam o 414.º dia de guerra
O que se passou durante a tarde e a noite:
- A revista Time reconheceu a primeira dama da Ucrânia, Olena Zelenska, e Oleksandra Matviichuk, uma das galardoadas com o Prémio Nobel da Paz de 2022, como duas das personalidades mais influentes do mundo na sua lista anual;
- O governo alemão aprovou o pedido da Polónia para enviar caças Mil-29 para a Ucrânia, noticiou o Kyiv Independent, que cita a imprensa alemã. Varsóvia deverá enviar cinco caças para Kiev;
- O ministério da Defesa da Rússia assegurou que a cidade de Bakhmut está bloqueada à entrada de novos efetivos ucranianos — uma versão que colide com declarações do chefe do grupo Wagner, Yevgeny Prighozin, e dos militares ucranianos;
- A Rússia bombardeou hoje um parque no sul de Kherson, matando um civil e ferindo um outro, de acordo com uma publicação da administração regional ucraniana na rede social Telegram;
- As forças armadas ucranianas disseram hoje que o exército russo está a tentar cercar Bakhmut a norte e a sul, horas depois de Moscovo ter dito que as suas tropas já tinham a cidade cercada;
- O ministro ucraniano dos Negócios Estrangeiros instou a NATO a assumir um papel mais ativo no Mar Negro e a combinar as suas defesas aéreas e de mísseis com as da Ucrânia;
- Volodymyr Zelensky reuniu-se esta quinta-feira com o Parlamento ucraniano par discutir a implementação das medidas necessárias para o processo de adesão à União Europeia. Na sua comunicação diária ao país, o Presidente ucraniano voltou a afirmar que a Ucrânia está “totalmente preparada” para aderir à comunidade europeia;
- A União Europeia (UE) decidiu hoje sancionar o grupo Wagner, uma formação paramilitar privada, pela sua participação na guerra na Ucrânia, em particular nos combates que decorrem nas cidades de Bakhmut e Soledar, na região leste do Donbass;
- O Conselho da União Europeia (UE) adotou hoje mil milhões de euros ao abrigo do Mecanismo Europeu de Apoio à Paz Europeu (MEAP) para entregar munições às Forças Armadas ucranianas;
- Os Estados Unidos acreditam que o secretário-geral da ONU, António Guterres, está “demasiado disposto” a aceitar os interesses russos, de acordo com uma notícia da BBC que tem como base documentos secretos norte-americanos sobre a Ucrânia. Guterres disse que “não está surpreendido” por ser “espiado”.
O que se passou durante a manhã:
- Na Rússia, está a ser investigada a autenticidade do vídeo de decapitação de um prisioneiro de guerra ucraniano, divulgado esta quarta-feira e que chocou a comunidade internacional. O gabinete da procuradoria-geral russa declarou que o vídeo foi “encaminhado para ser verificado pelas autoridades de investigação”, que irão determinar uma “decisão apropriada” sobre a sua “credibilidade”;
- O Kremlin negou que Vladimir Putin tenha aprovado pessoalmente o aprisionamento por espionagem do jornalista do Wall Street Journal, Evan Gershkovich, contrariamente ao que foi avançado na noite de quarta-feira pela Bloomberg. Entretanto, o ministro executivo dos Negócios Estrangeiros, Sergei Ryabkov, sugeriu que Moscovo pode colocar a hipótese de entregar Gershkovich numa troca de prisioneiros depois do seu julgamento.
- O ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Sergei Lavrov, tem estado em conversações em Samarkand, no Uzbequistão, com os homólogos chinês, Qin Gang, iraniano, Hossein Amir-Abdollahian, e a ministra paquistanesa com a mesma pasta, Hina Rabbani Khar;
- As autoridades russas identificaram outro suspeito (um homem ucraniano de 36 anos) pela explosão que matou o blogger militar pró-Kremlin Vladlen Tatarsky, num café em São Petersburgo: Anteriormente já tinha sido detida Daria Trepova, uma ativista anti-guerra;
- Uma mina russa explodiu perto da sala do gerador da central nuclear Energoatom. “Foi ouvida uma explosão perto da sala do motor da quarta unidade energética. Como os próprios terroristas nucleares declararam, a mina foi detonada”, avançou a empresa esta manhã em comunicado;
- O Produto Interno Bruto (PIB) da Ucrânia regrediu 29,1% em 2022 comparativamente com o ano anterior em virtude da invasão russa, disse esta quinta-feira o Comité Ucraniano de Estatística;
- O ministério dos Negócios Estrangeiros norueguês expulsou 15 diplomatas russos destacados em Oslo, alegando que estarão a usar as suas posições privilegiadas para partilharem informações confidenciais com a Rússia.