O Tribunal da Relação de Lisboa rejeitou os recursos da defesa e do Ministério Público (MP) no caso do jovem que planeou um atentado à Faculdade de Ciências de Lisboa. João Carreira tinha planeado um ataque ao estabelecimento de ensino superior, com documentação detalhada sobre as intenções, mas foi impedido pela Polícia Judiciária. O jovem foi acusado de terrorismo pelo MP, mas foi condenado apenas pelo crime e detenção de arma proibida que resultou numa pena de dois anos e nove meses de prisão em internamento numa unidade psiquiátrica prisional.
No recurso apresentado, refere o Expresso, a procuradora Ana Pais terá insistido na condenação de João Carreira por considerar que o arguido pôs em causa “a paz e a tranquilidade” públicas. Era ainda pedida pelo MP no recurso uma condenação de três anos e meio de prisão em internamento. A defesa, por seu turno, apelava à absolvição.
De acordo com o acórdão do processo, visto pelo semanário, o desembargador Advínculo Sequeira rejeitou tanto o recurso da defesa como a tese apresentada pelo MP, considerando que esta se trata de uma “narrativa”.
O Expresso cita o acórdão, referindo que o desembargador criticou a “menção à vontade do arguido fazer o ataque com arma de fogo (para criar paralelismo com os “mass shooting”)”, quando não foram apreendidas armas de fogo ao jovem. Há também uma dose de ironia nestas consideração do desembargador, nomeadamente no que diz respeito ao treino feito por João Carreira para o atentado, como o recurso a um “treino para uso de facas por PDF”.
Desta forma, o jovem terá mesmo de cumprir os dois anos e nove meses de prisão em internamento, escreve o jornal.