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Otamendi e uma escorregadela que é o espelho de uma equipa que está a derrapar (a crónica do Desp. Chaves-Benfica)

Este artigo tem mais de 1 ano

O argentino escorregou nos descontos e abriu a porta ao golo que deu a vitória ao Desp. Chaves (1-0). Benfica somou terceira derrota seguida num dia em que voltou a mostrar pouco em termos ofensivos.

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Os encarnados podem ficar com apenas quatro pontos de vantagem na liderança da Liga

Getty Images

Os encarnados podem ficar com apenas quatro pontos de vantagem na liderança da Liga

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Sexta-feira e terça-feira. FC Porto e Inter Milão. Campeonato e Liga dos Campeões. Estádio da Luz. Em menos de uma semana, o Benfica sofreu as primeiras derrotas da temporada em casa, a primeira derrota da temporada na Champions e as duas primeiras derrotas consecutivas da temporada. Num estalar de dedos, a impressionante época dos encarnados tinha nódoas visíveis. E parte da limpeza começava este sábado, com a resposta frente ao Desp. Chaves a ser absolutamente obrigatória.

A equipa de Roger Schmidt defrontava os flavienses na antecâmara da decisiva segunda mão dos quartos de final da Liga dos Campeões contra o Inter Milão, em Itália e na próxima quarta-feira, e embora continuasse a beneficiar de sete pontos de vantagem para o FC Porto sabia que não podia desperdiçar oportunidades de manter esse conforto. E o treinador alemão garantia que os encarnados não perderam o foco com as duas derrotas sofridas em poucos dias.

Ficha de jogo

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Desp. Chaves-Benfica, 1-0

28.ª jornada da Primeira Liga

Estádio Municipal Engenheiro Manuel Branco Teixeira, em Chaves

Árbitro: João Pinheiro (AF Braga)

Desp. Chaves: Paulo Vítor, Nélson Monte, Steven Vitória, Ponck, Bruno Langa, João Mendes, Guima, João Teixeira (João Pedro, 78′), Benny (Héctor Hernández, 64′), Juninho (Euller, 64′), João Correia (Abass, 71′)

Suplentes não utilizados: Rodrigo, Luther, Sarr, Diogo Queirós, Jô Batista

Treinador: Vítor Campelos

Benfica: Vlachodimos, Gilberto (Musa, 88′), António Silva, Otamendi, Grimaldo, Fredrik Aursnes, Chiquinho, David Neres (Gonçalo Guedes, 70′), Rafa, João Mário (João Neves, 80′), Gonçalo Ramos (Tengstedt, 80′)

Suplentes não utilizados: Samuel Soares, Lucas Veríssimo, Schjelderup, Cher Ndour, Morato

Treinador: Roger Schmidt

Golos: Abass (90+4′)

Ação disciplinar: cartão amarelo para Guima (28′), a Nélson Monte (70′), a Euller (86′), a João Pedro (90+1′)

“Será um jogo muito importante. Faltam sete jogos até ao final do Campeonato, temos sete pontos de vantagem e cada vitória coloca-nos mais perto do título. É muito importante sair de Chaves com os três pontos, não é fácil vencer jogos fora de casa na Liga. O Chaves é uma boa equipa, muito perigosa na transição, tem jogado muito bem nas últimas semanas em casa contra as grandes equipas. Não será um jogo fácil, mas claro que estamos preparados e muito confiantes. Perdemos dois jogos em quatro dias, mas continuamos confiantes. Acreditamos em nós. Temos tido uma época fantástica, com muitos pontos, e isso deve-se à qualidade dos jogadores. Perdemos dois jogos muito equilibrados, mas no futebol às vezes temos de aceitar que o adversário é mais eficiente. O que vejo nos treinos é uma equipa a olhar para o futuro, motivada, e que vai demonstrar isso amanhã”, explicou Schmidt na antevisão da partida.

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O treinador do Benfica não podia contar com Florentino, que viu o quinto cartão amarelo contra o FC Porto e falhava um jogo esta temporada pela primeira vez, recuava Aursnes para o meio-campo para compensar a ausência do jogador português e dava a titularidade a David Neres. Na direita da defesa, com Alexander Bah ainda lesionado, Gilberto voltava a aparecer no onze inicial. Do outro lado, num Desp. Chaves que tem a manutenção praticamente assegurada mas que vinha de duas partidas seguidas sem ganhar, Vítor Campelos colocava João Correia, Juninho e Benny no setor ofensivo.

Numa primeira parte que terminou sem qualquer remate enquadrado, o Benfica demonstrou sempre o natural e expectável ascendente mas teve muitas dificuldades para criar situações de perigo. David Neres era o principal inconformado dos encarnados, procurando romper linhas e desbloquear espaços no corredor direito e em conjunto com Gilberto — mas Bruno Langa, que era o responsável por marcar o brasileiro, ia levando a melhor no confronto direto.

Rafa protagonizou a primeira situação de maior perigo no jogo, com um remate cruzado na grande área que passou por cima (19′), e o Desp. Chaves só respondia através de transições rápidas e bolas longas à procura da profundidade nas costas da defesa adversária. Os flavienses defendiam quase em bloco, preocupando-se muito em não permitir que o Benfica rematasse à baliza, e iam deixando os encarnados a rodear a grande área sem espaço nem linhas de passe para furar.

António Silva teve a melhor oportunidade do primeiro tempo, ao atirar por cima de primeira depois de um cruzamento rasteiro e atrasado de Gilberto (30′), e Nélson Monte ia fazendo autogolo ao desviar de cabeça um passe de Grimaldo (41′). O Benfica terminou a primeira parte totalmente em cima do Desp. Chaves, que já não conseguia beneficiar dos períodos de posse de bola e maior oxigénio que tinha tido até aí, mas não demonstrava qualquer clarividência ou rasgo para abrir o marcador.

Rafa apresentou-se muito abaixo do habitual, João Mário não consegue ter o mesmo tipo de influência de outrora, Chiquinho é um bom pêndulo mas não cria oportunidades e a bola não chega a Gonçalo Ramos. No fim da primeira parte, Desp. Chaves e Benfica estavam ainda empatados sem golos.

[Carregue nas imagens para ver alguns dos melhores momentos do Desp. Chaves-Benfica:]

Nenhum dos treinadores fez alterações ao intervalo e o Benfica ficou desde logo muito perto de abrir o marcador: Neres abriu na esquerda, Grimaldo cruzou rasteiro e João Mário rematou duas vezes, uma para um enorme corte e Langa e outra para uma boa defesa de Paulo Vítor (47′). Pouco depois, a história inverteu-se. Juninho arrancou pelo corredor central, deixou vários adversários para trás e ficou isolado na cara de Vlachodimos, atirando para uma grande e decisiva intervenção do guarda-redes encarnado (52′).

A lógica mantinha-se, com o Benfica a ter mais bola mas pouco ou nenhum espaço para causar estragos na área adversária e o Desp. Chaves a explorar as transições rápidas e a dar total prioridade à organização defensiva. Vítor Campelos decidiu mexer já após a hora de jogo, lançando Héctor Hernández e Euller, e Roger Schmidt respondeu pouco depois com a entrada de Gonçalo Guedes para o lugar de Neres. Uma opção que só é compreensível se o jogador brasileiro estiver ainda limitado fisicamente, já que tanto Rafa como João Mário estavam a realizar uma exibição bem abaixo dos índices do colega de equipa.

O Desp. Chaves foi abdicando por completo da posse de bola à medida que o tempo foi passando, limitando-se a defender e a tentar resguardar um ponto importante. Schmidt fez uma espécie de all in a 10 minutos do fim, trocando João Mário e Gonçalo Ramos (que saiu de campo sem fazer um único remate) por João Neves e Tengstedt para depois ainda lançar Musa, e Abass fez a diferença nos descontos: Otamendi recebeu uma bola longa à vontade mas escorregou, permitindo que o jogador flaviense ficasse isolado na cara de Vlachodimos para carimbar a vitória da equipa da casa (90+4′).

O Benfica perdeu com o Desp. Chaves, sofreu a terceira derrota consecutiva e pode ver o FC Porto ficar a quatro pontos da liderança se os dragões vencerem o Santa Clara no Dragão ainda este sábado. Otamendi escorregou nos descontos: e dificilmente existiria uma metáfora melhor para uma equipa que está a derrapar na reta final da temporada.

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