O líder da Iniciativa Liberal (IL), Rui Rocha, considerou que a presença do Presidente do Brasil na Assembleia da República no dia 25 de abril significa “uma instrumentalização” da data histórica, sublinhando que o partido só será representado pelo líder parlamentar.

Em declarações aos jornalistas em Braga, à margem de uma visita à Associação Empresarial do Minho, Rui Rocha sublinhou que a presença do líder parlamentar servirá para dar um sinal de respeito da IL ao povo brasileiro e em defesa da Ucrânia.

“Nós não aceitamos, quando estamos com uma guerra na Europa, que o ‘lóbi putinista’ de que Lula da Silva faz parte venha impor-se aos portugueses numa data tão importante como 25 de Abril. Mas queremos dar um sinal de que não aceitamos essa imposição”, referiu.

O líder parlamentar da IL estará na sessão em que participará Lula da Silva ostentando um símbolo da bandeira ucraniana, enquanto a restante bancada se retirará da sala, antecipou.

“Nós estamos lá e enfrentamos Lula da Silva olhos nos olhos, pela liberdade e pela Ucrânia”, disse ainda Rui Rocha.

A presença no parlamento do Presidente do Brasil — que visita Portugal entre 22 e 25 de abril — tem estado envolta em polémica desde que, em fevereiro, o ministro dos Negócios Estrangeiros, João Gomes Cravinho, falou explicitamente num discurso de Lula da Silva na sessão solene da Revolução de Abril na Assembleia da República, assinalando o seu caráter inédito, o que mereceu a oposição de PSD, IL e Chega.

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O parlamento acabou por decidir que, em vez de uma intervenção do Presidente do Brasil na sessão solene anual comemorativa, realizará, no mesmo dia, uma sessão de boas-vindas à parte durante a visita de Estado de Lula da Silva a Portugal.

No sábado, o Presidente brasileiro defendeu, no final de uma visita à China, que “os Estados Unidos devem parar de encorajar a guerra” na Ucrânia e “a União Europeia deve começar a falar de paz”.

Lula: “Os EUA devem parar de encorajar a guerra e começar a falar de paz, a União Europeia deve começar a falar de paz”

Desta forma, explicou aos jornalistas, a comunidade internacional poderá “convencer” o Presidente russo, Vladimir Putin, e o homólogo ucraniano, Volodymyr Zelensky, de que “a paz é do interesse de todo o mundo”.

“É necessária paciência” para falar com Putin e Zelensky, disse. “Mas, acima de tudo, temos de convencer os países que fornecem armas, que encorajam a guerra, a parar”, acrescentou.