O Festival 2504, que se realiza em Lisboa de 22 a 25 de abril, no âmbito dos 49 anos da Revolução dos Cravos, propõe uma programação com concertos, “workshops”, e com as conversas “#NãoPodias”, sobre o que a ditadura proibia.

O festival decorre no Palácio Baldaya e é uma coprodução da Comissão Comemorativa dos 50 anos do 25 de Abril com a Junta de Freguesia de Benfica.

Ainda no âmbito do Festival, e em parceria com a Guarda Nacional Republicana, a Comissão organiza visitas guiadas ao Quartel do Carmo, onde, no dia 25 de Abril de 1974, se refugiou o último líder do governo da ditadura, Marcelo Caetano (1906-1980), acabando por se render, depois de sitiado pelos militares comandados pelo capitão Salgueiro Maia (1944-1992).

O Festival abre no dia 22, às 17h00, no Palácio Baldaya, com um concerto do coletivo Vozes em Liberdade, com Martim Vicente.

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No dia seguinte, às 16h00, atua o Grupo Coral Planície Cantada, e uma hora depois realiza-se o espetáculo “Cantigas da Liberdade”, do músico e compositor Sebastião Antunes, líder do grupo Quadrilha, com os grupos de Canto Tradicional de Benfica.

Os Alma de Coimbra atuam no dia 24 de abril às 21h00, e o músico brasileiro Lenine, no dia 25 de abril, às 17h00. Neste dia, às 21h00, sobe ao palco o espetáculo “Liberdade, Nu Bai!”, que conta com a participação de Rutthe Lopes, Soraia Morais, Rúben Torres e Gisela Casimiro, acompanhados por Djodje Almeida na guitarra e Emílio Lobo na bateria.

A plataforma independente de jornalismo, cultura e educação O Gerador organiza um “workshop” diário abordando o sistema eleitoral português, a música de intervenção, o racismo e também a produção de cartazes de Abril.

No dia 22, entre as 11h00 e as 13h00, debate-se “O sistema eleitoral português: Como funciona? Como reformar?”, com José Santana, professor de Ciência Política no Instituto Universitário de Lisboa.

À mesma hora, no dia seguinte, com a cantora e compositora Francisco Cortesão, aborda-se “O que é a música de intervenção hoje?”.

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No dia 24, à mesma hora a fundadora da comunidade digital Afrolink Paula Cardoso fala sobre “Abril por abrir: a via da raça continua por fechar”.

Também à mesma hora, no dia 25 de Abril, o designer gráfico e ilustrador Hugo Henriques propõe fazer um Cartaz de Abril.

A campanha “#NãoPodias” é uma iniciativa da Comissão, que “apela aos mais jovens para que não deem a liberdade por adquirida, desafiando-os a escolherem uma de várias proibições impostas aos portugueses durante a ditadura [1926-1974] e de partilharem essa informação e as suas reflexões nas plataformas digitais”.

Esta ação, que decorre ao longo do festival, de 22 a 24 de abril, abrange igualmente três conversas informais que juntam académicos, jornalistas, artistas e ativistas, sobre as seguintes temáticas: “#NãoPodias Votar”, “#NãoPodias Expressar-te” e “#NãoPodias ser Europeu”.

No dia 22, às 15h30, fala-se sobre “Qual é a relação dos jovens com o voto? Como interpretar e como combater a abstenção? O poder da rua versus o poder da urna”, com Pedro Magalhães, do Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa, João Maria Jonet, consultor político, e Joana Sá Pereira, deputada do Partido Socialista à Assembleia da República, uma conversa moderada por Diana Duarte.

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No dia seguinte, à mesma hora, o tema é “Como interpretamos liberdade de expressão hoje? Quais os seus limites?”, com a atriz Jani Zhao, a médica veterinária Guadalupe Amaro, o humorista Diogo Faro, sendo moderador Álvaro Filho.

No dia 24, mas às 18h30, o mote da conversa é “O que era ser europeu em ditadura? O que significa hoje essa condição para quem a vive para e para quem a sonha?”, com o historiador Victor Pereira, a jornalista Amanda Lima, o investigador em Estudos Urbanos António Brito Guterres, moderada por João Francisco Gomes.

O programa do Festival está disponível em https://www.50anos25abril.pt/noticias/festival-2504-25-de-abril-concertos-workshops-conversas.