O grupo parlamentar do PCP recomendou esta sexta-feira ao Governo a deslocalização do Museu Militar do Porto para que, no edifício do Heroísmo, se instale o Museu da Resistência Antifascista, resolução que foi aprovada em 2019 pela Assembleia da República.

Na proposta apresentada esta sexta-feira na Assembleia da República, a que a Lusa teve acesso, o grupo parlamentar do PCP destaca que o edifício do Heroísmo é “um símbolo do regime fascista”.

“E é, como antiga sede da policia política, o local adequado e justo para documentar, musealizar e homenagear a luta pela liberdade daqueles que lá estiveram detidos e ali resistiram para construir no nosso país o 25 de Abril”, acrescenta.

A 11 dias das celebrações do 49.º aniversário do 25 de Abril, o grupo parlamentar do PCP volta a recomendar ao Governo a criação do Museu da Resistência Antifascista no Porto, resolução aprovada a 19 de julho de 2019 na Assembleia da República.

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A par da criação do Museu da Resistência Antifascista no Porto, os parlamentares relembram o projeto “Do Heroísmo à Firmeza”, cuja implementação foi aprovada, por unanimidade, na Assembleia da República em julho de 2015 e que resultou na assinatura de um protocolo entre o Exército português e a União de Resistentes Antifascistas Portugueses (URAP) dois meses depois.

Este projeto previa a criação de um percurso expositivo com recurso a fontes documentais, como “normas de serviços, entrevistas a presos políticos, registo geral dos presos, bibliografias com memórias, fotografias, e entre outros, gravações áudio e vídeo”.

De acordo com o PCP, a implementação do projeto prossegue, no entanto, “com limitações de espaço e de apoios financeiros”.

“A implantação do projeto ‘Do Heroísmo à Firmeza’ prossegue com limitações de espaço e de apoios financeiros. Recorde-se que o protocolo firmado entre o Exército e a URAP determina que todos os investimentos realizados sejam da responsabilidade da URAP”, referem os deputados.

Nesse sentido, o grupo parlamentar recomenda ao Governo a “valorização e o apoio à implementação” do projeto, e que a URAP seja envolvida na sua implementação, “alargando e valorizando o projeto em curso”.

O PCP solicita também ao Governo a calendarização dos trabalhos de deslocalização do atual Museu Militar e construção do Museu da Resistência Antifascista no Porto, e recomenda a criação da Rede Nacional de Museus da Resistência “em respeito pela autonomia do poder local” e permitindo a articulação entre o Museu do Aljube, em Lisboa, o Museu Nacional da Resistência e da Liberdade, em Peniche, e o futuro museu a construir no Porto.