Ricardo Salgado deve mais de 30 mil euros ao Tribunal Constitucional (TC). O ex-presidente do Grupo Espírito Santo (GES) alega não ter dinheiro para pagar a dívida, que resulta das taxas de justiça pelos vários recursos que perdeu nos últimos anos.
Segundo a SIC Notícias, em causa estão mais de uma dezena de recursos e reclamações interpostas pelo ex-banqueiro desde 2020, no âmbito dos vários processos que enfrenta. Pelas contas do TC, as taxas jurídicas referentes a estas ações judiciais ascendem aos 31.416 euros, mas, até ao momento, apenas foi saldado o valor de um dos casos, num montante de 714 euros.
Contas feitas, o antigo banqueiro deve ainda 30.700 euros à justiça portuguesa – um valor que Salgado diz não ter como pagar por ter todo o património arrestado no âmbito do processo Universo Espírito Santo.
Numa exposição a que a SIC Notícias teve acesso, o ex-banqueiro lembra que já prestou cauções de três milhões de euros em dois processos, mas que lhe foram arrestadas as contas bancárias na Suíça (onde tinha mais de 8.5 milhões de euros) e que a reforma líquida de mais de 50 mil euros de que usufruía foi penhorada em 2015, estando agora reduzida a apenas 1.900 euros líquidos.
À exceção da casa em Cascais, Ricardo Salgado diz não ter quaisquer imóveis, automóveis ou outros bens materiais que lhe permitam liquidar as dívidas e que tem de suportar os custos da defesa nos vários processos em que é arguido.
Até agora, tem sido Amílcar Morais Pires, ex-braço direito do antigo dono do BES, que tem saldado a dívida judicial. O antigo administrador financeiro do banco pediu ao TC para saldar o valor da dívida a prestações, algo que tem vindo a fazer noutros processos. Morais Pires argumenta estar desempregado desde 2014 e diz viver à base de poupanças e apoios da família.