Fosse pelo acidente com Marc Márquez logo na primeira corrida realizada em Portimão, fosse pelo grande quinto lugar conseguido em Austin no Grande Prémio das Américas após ausência na Argentina por motivos físicos, fosse pela presença numa nova equipa criada depois da passagem da RNF da Yamaha para a Aprilia, Miguel Oliveira voltou a ser um dos pilotos em maior destaque na antecâmara do Grande Prémio de Espanha em Jerez de la Frontera. E, de forma muito prática, o piloto português colocava um grande objetivo para o fim de semana: conseguir pontuar nas duas corridas, entre a sprint (sábado) e a longa (domingo).

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“Estou confiante depois da corrida em Austin porque a pista foi difícil para mim. Portanto, foi ainda melhor marcar pontos após a minha lesão. O objetivo para Jerez continua o mesmo: quero terminar nos pontos nas duas corridas. Espero que possamos dar um passo à frente em termos de velocidade e classificação geral. Já estou ansioso para correr em Jerez com a Aprilia, sinto-me muito motivado”, disse à Speedweek.

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“Os objetivos continuam na mesma linha do Texas, temos de ter o objetivo de pontuar sempre nas duas corridas, sendo que no sprint é sempre mais difícil, mas acredito que com uma boa qualificação vai ser possível. Chegar, ser competitivo sexta-feira e poder entrar diretamente na Q2 é o objetivo. Quero melhorar a qualificação que em Austin foi difícil para mim, sobretudo por não ter tido oportunidade, com as bandeiras amarelas, de fazer mais uma volta. Isso prejudicou um bocadinho o resultado final. Mas chegar aqui a Jerez e experimentar a Aprilia pela primeira vez é um pouco como vou apanhar na época”, salientou à SportTV.

Por tudo isso, o período de qualificação ganhava especial importância. Logo à cabeça porque uma posição que permitisse entrar na Q2 e lutar por um lugar mais à frente na grelha como aconteceu no Algarve (quarto) era sinal de melhoria no moto. Depois, ou em paralelo, esse tempo poderia permitir uma corrida sprint sem necessidade de arriscar muito na saída como tem acontecido com alguns pilotos. No entanto, um pequeno problema acabou por condicionar o resultado final da primeira sessão de treinos livres: depois de ter estado em top 5 até aos últimos minutos, o português caiu dos dez primeiros e, na última volta em que marcava registos melhores do que até aí, um problema no travão dianteiro abortou essa tentativa.

Dani Pedrosa, o wildcard da Red Bull KTM para esta prova, acabou por ser a grande surpresa do dia. Aos 37 anos, sem competir desde o Grande Prémio da Estíria em 2021 (décimo) e sendo até aqui piloto de testes da marca, o espanhol conseguiu o melhor tempo da sessão inicial de treinos livres, algo que não conseguia já desde o Grande Prémio do Japão em 2018. E se foi de manhã, não deixou de ser no início à tarde: tal como acontecera no Moto3 e no Moto2, as condições estavam bem mais difíceis. Para se ter noção da diferença, quando Álex Márquez fez a sua melhor volta nos TL2 após 15 minutos, ficou com o 21.º tempo acumulado. Ou seja, o top 10 com Dani Pedrosa, Jorge Martín, Takaaki Nakagami, Luca Marini, Aleix Espargaró, Brad Binder, Álex Márquez, Jack Miller, Pecco Bagnaia e Maverick Viñales não mexia até chegar a emoção.

Nos derradeiros cinco minutos, já depois de ter descido para 15.º atrás de Johann Zarco, Álex Rins, Marco Bezzecchi e Fabio Quartararo, Miguel Oliveira começou a cravar marcas que permitiam sonhar com um top 10, foi prejudicado ainda por uma bandeira amarelo após queda de Rins mas fez uma volta canhão a um minuto e meio do final com o quarto melhor tempo do dia, apenas atrás das duas Aprilia de Aleix Espargaró e Maverick Viñales e da KTM de Dani Pedrosa, acabando depois com o sétimo melhor registo e respetivo apuramento direto para a Q2. Além de Espargaró, Viñales, Pedrosa e Oliveira, passaram também no top 10 Jorge Martín, Jack Millers, Johann Zarco, Álex Márquez, Nakagami e Luca Marini, o que atirou para a Q2 nomes como Brad Binder, Bezzecchi, Bagnaia, Álex Rins, Fabio Quartararo ou Joan Mir.