Um jogo para escolher um finalista, um jogo para encontrar um vencedor antecipado. Ainda antes do dérbi mais aguardado da Final Four da Taça de Portugal de basquetebol entre Benfica e Sporting, o Imortal foi melhor do que o Lusitânia e marcou de novo vaga no jogo decisivo da competição como acontecera há dois anos. Depois, os encarnados foram mais fortes do que os leões, vingando a derrota na Supertaça e colocando de novo empatado o confronto entre ambos em seis encontros esta época. No entanto, e no regresso à final após a derrota com os verde e brancos em 2022, havia um especial cuidado com festas antecipadas.

No Travante, no party: Benfica vence Sporting e vai discutir a final da Taça de Portugal de basquetebol com o Imortal

“Sabíamos que ia ser um jogo duro, complicado para nós na luta dos ressaltos, porque eles estiveram sempre com três postes muito grandes para poderem trocar nos bloqueios diretos e colocar-nos dificuldades na circulação de bola. Mas, com muita coragem e determinação, acabámos até por ganhar mais ressaltos do que eles. A equipa esteve bem e agora é manter a tranquilidade, porque ainda não ganhámos nada. Nestes jogos, que, no fundo, são finais, a equipa que tem de recuperar, ou consegue e entra outra vez no jogo, ou pode acontecer uma diferença pontual que não é a realidade da diferença entre as duas equipas. É um pouco isso. Podia ser ao contrário, mas, felizmente, quando eles começaram a subir a defesa, a arriscar mais, conseguimos ter a serenidade para ir buscar lançamentos na passada, ir para o lance livre e isso foi muito importante para nós”, comentou o técnico dos encarnados, Norberto Alves, após o triunfo no dérbi.

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“Agora na final o Benfica tem de estar ao seu melhor nível. O que o Imortal mostrou contra o Lusitânia, que tinha acabado de ganhar ao FC Porto, há uma semana, é que agora, com todos os jogadores recuperados, é uma equipa com muito talento individual, com muitos pontos nas mãos. Agora, vamos recuperar o melhor possível para conseguirmos dar tudo o que temos para ganhar. Isto é a Taça de Portugal, é um jogo e foi essa mensagem que passei aos jogadores assim que acabou: não ganhámos nada! Ganhámos um jogo, que era determinante para ir à final, mas só ganhámos o acesso à final. Portanto é mantermo-nos concentrados, coesos e humildes para podermos vencer o troféu”, acrescentou ainda o treinador campeão em título.

Apesar de ser o clube com mais troféus (22) e finais (37) na Taça de Portugal, os encarnados não esqueciam a derrota da última temporada e também o surpreendente desaire em 2018 frente ao Illiabum. E o início de jogo mostrou bem que essas preocupações faziam sentido, perante a entrada inspirada do Imortal que só não provocou mais estragos porque o Benfica mexeu bem e rápido em termos defensivos. Com isso, ganhou o controlo do jogo, chegou à vitória apesar de um sofrimento que já não se pensava perante o domínio que foi tendo até ao último período e quebrou um jejum de seis anos sem ganhar a competição, com o presidente Rui Costa entre os muitos adeptos presentes este domingo no Pavilhão Multiusos de Sines.

O arranque do encontro foi equilibrado, com altas percentagens de lançamento e vários tiros exteriores até a equipa algarvia agarrar no comando do jogo, fazer um parcial de dez pontos que colocou o resultado em 22-13 e chegar mesmo aos 12 pontos de avanço com sete minutos do primeiro quarto (27-15). Norberto Alves tinha de fazer algo para segurar a partida e os norte-americanos Spencer Littleson, Marquise Moore e Joshua Ferguson, apostando após um desconto de tempo numa defesa zona que trouxe resultados: com Aaron Broussard cada vez mais influente no ataque, o Benfica conseguiu reduzir distâncias, passou para a frente a 3.30 do intervalo (33-32), disparou para dois dígitos de avanço e chegou ao descanso na liderança por 43-35.

A segunda parte confirmou essas melhorias do conjunto lisboeta, que fizeram disparar a vantagem para diferenças fora do controlo do conjunto de Albufeira no terceiro período (13 pontos), mas o Imortal teria ainda mais uma vida no encontro para tentar esgotar que foi suficiente para deixar tudo de novo empatado a menos de seis minutos do final (66-66). Mais uma vez o Benfica parou o jogo, mais uma vez voltou para a frente, mais uma vez voltou a sofrer mas mais uma vez conseguiu levar a melhor, com um triunfo bem mais apertado do que se chegou a pensar com o decorrer da partida no segundo tempo por 75-74 com Toney Douglas a marcar o lance livre decisivo a seis segundos do fim antes de Moore falhar o último lançamento.