Siga no liveblog a audição de Ramiro Sequeira na comissão parlamentar de inquérito sobre a TAP
Ramiro Sequeira acionou o seguro corporativo da TAP para pagar a ajuda externa jurídica para preparar a inquirição na comissão parlamentar sobre a TAP. O seguro pago pela TAP cobre riscos jurídicos aos administradores e diretores pelas decisões que tomem em relação à empresa.
Ramiro Sequeira confirma ao deputado do PSD, Hugo Carneiro, que no seu caso, e tratando-se esta comissão parlamentar de inquérito à gestão pública da TAP de um tema “mediático”, ativou o seu seguro corporativo para o pagamento dos advogados. O administrador operacional (chief operating officer) da TAP está acompanhado nesta audição por dois advogados, Manuela Simões (que é a atual diretora jurídica da TAP) e José Ricardo Gonçalves. Manuel Simões está na qualidade de advogada da TAP, confirmou o gestor a uma pergunta do deputado liberal Bernardo Blanco.
Manuela Simões está como advogada da TAP e José Ricardo Gonçalves “como meu advogado pessoal”, indicou, ao que Bernardo Blanco notou que outros gestores da TAP, incluindo o administrador financeiro, Gonçalo Pires, já estiveram na comissão sem terem sido acompanhados pela advogada da companhia. E ainda perguntou ao novo presidente da comissão, Lacerda Sales, se poderia fazer alguma questão à advogada, mas não foi Manuela Simões a ser convocada.
De resto, Ramiro Sequeira explicou, “de maneira simplista”, que quando teve conhecimento que tinha de comparecer à comissão parlamentar de inquérito, “como não sei fazer de outra maneira”, “pensei que me devia preparar e decidi ter ajuda externa”, até porque as pessoas da TAP não podem estar a 100% para tudo. “Consultei se poderia ativar o seguro caso fosse oficialmente comunicado o meu nome para participar na CPI”, tendo recebida resposta afirmativa e, como tal, “entrei eu em contacto com o seguro, enviei informação que me solicitaram e tive resposta positiva do seguro”.
Mas garante que além dessa preparação jurídica não teve reuniões preparatórias para esta audição com qualquer membro do Governo, dos partidos ou com a agência da comunicação da TAP.
Ramiro Sequeira é administrador operacional, depois de ter passado pelo cargo de CEO interino, com a saída de Antonoaldo Neves. Admitindo que com a entrada do novo CEO Luís Rodrigues possa estar a haver uma reestruturação da comissão executiva, disse, no entanto, que não estará de saída de administrador.
Hugo Carneiro, do PSD, pergunta diretamente a Ramiro Sequeira se está de saída da comissão executiva da TAP, como já foi noticiado, na sequência da entrada do novo presidente executivo, Luís Rodrigues. “Que eu saiba, não”. E indica que mantém conversas com o CEO e com o acionista sobre o seu pelouro na TAP.
Ramiro Sequeira entrou na TAP como diretor no tempo de Antonoaldo Neves. Subiu à presidente interino em 2020 quando este foi demitido e por convite do então ministro, Pedro Nuno Santos. “Fui substituir o meu chefe”, responde, dizendo que Antonoaldo Neves “esteve sempre ao meu dispor e não me dificultou a tarefa, antes pelo contrário”.
Acabou por ficar no cargo interinamente (ao lado de Alexandra Reis) durante a fase mais difícil da pandemia e da reestruturação. Sai do cargo em 2021, com a contratação de Christine Ourmières-Widener (uma gestora mais sénior), mas fica na comissão executiva como chief operating officer. “Fiz parte da solução, não do problema”, responde o gestor de 42 anos.