O primeiro-ministro israelita alertou esta quarta-feira que a troca de disparos com as milícias de Gaza “ainda não terminou”, após dois dias de violência que resultaram até ao momento 22 palestinianos mortos e 400 rockets lançados contra Israel.

“Demos à ‘Jihad’ Islâmica Palestina (JIP) em Gaza o golpe mais duro da sua história”, realçou Benjamin Netanyahu, durante um discurso televisionado onde se referiu aos ataques do Exército israelita a alvos do grupo palestiniano na Faixa de Gaza, que começaram na terça-feira com o assassinato de três dos seus principais dirigentes.

“Numa questão de segundos, dois segundos, a meio da noite, eliminámos ao mesmo tempo, em três lugares diferentes, o alto comando da organização terrorista”, vangloriou-se o chefe do Governo israelita.

Nesta ofensiva, vários familiares e vizinhos destes altos dirigentes do JIP também morreram, o que desencadeou a atual escalada de combates israelo-palestinianos.

Desde então, Israel continuou a bombardear as posições do grupo, atingindo mais de 108 alvos, incluindo plataformas de lançamento de rockets, fábricas de mísseis e depósitos de armas.

Depois de ocorrerem 15 mortes na Faixa de Gaza na terça-feira, o número subiu para 22 esta quarta-feira, incluindo nove milicianos e 13 civis, e ainda seis crianças. O número de feridos em Gaza é agora de 64.

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A resposta das milícias ocorreu por volta das 13h30 (10h30 em Lisboa), com o lançamento de rockets quer contra as comunidades israelitas perto de Gaza, quer contra cidades como Telavive ou Beersheva. Desde então, de acordo com o ministro da Defesa de Israel, Yoav Gallant, foram disparados cerca de 400 foguetes.

Boa parte destes projéteis atingiu áreas abertas, enquanto outros foram lançamentos malsucedidos ou foram intercetados pelos sistemas de defesa aérea israelita.

Até agora registaram-se menos de uma dezena de impactos em áreas urbanas, que não causaram feridos. “Esperamos que a campanha [militar] termine rápido, mas estamos preparados para que esta se prolongue”, sublinhou Gallant, durante o discurso com Netanyahu.

As declarações dos governantes israelitas foram feitas ao mesmo tempo que Egito, Qatar e as Nações Unidas continuam a tentar negociar uma trégua, algo que até agora falhou.

Embora Israel e as milícias em Gaza tenham reconhecido que há negociações para mediar um cessar-fogo, nenhum dos lados deu qualquer indicação clara de que estão a progredir.

A ofensiva israelita contra os três líderes da Jihad Islâmica ocorreu uma semana depois de uma curta escalada de violência na região, que incluiu o disparo de mais de 100 rockets de Gaza, na sequência da morte de um veterano do JIP após 86 dias em greve de fome numa prisão israelita.

A situação atual é semelhante às hostilidades de agosto de 2022 entre o Exército israelita e a Jihad Islâmica, também após o assassinato por Israel de altos membros do grupo e que durou três dias de intensos combates, resultando em 50 palestinianos mortos.