O Governo aprovou esta quinta-feira o Plano Nacional de Saúde 2030, que centra a ação do Estado em cinco prioridades com vista à promoção do acesso aos cuidados de saúde e redução de riscos.
“Aprovámos hoje o Plano Nacional de Saúde 2030, com cinco desígnios, depois de um debate público muito participado: Reduzir as desigualdades em saúde; promover o desenvolvimento de comportamentos, culturas e comunidades saudáveis; minimização das consequências das alterações climáticas e outros determinantes ambientais da saúde; redução da carga de doenças transmissíveis e não transmissíveis; e manter sob controlo problemas de saúde atualmente já controlados”, referiu Manuel Pizarro.
Em conferência de imprensa após a reunião do Conselho de Ministros, Manuel Pizarro salientou também que o documento esta quinta-feira aprovado identifica “15 objetivos estratégicos”, entre os quais a promoção da equidade e da literacia em saúde, a promoção da paz, da justiça e da prosperidade, a dinamização de parcerias em todos os setores e de ambientes promotores de saúde.
Manuel Pizarro elencou igualmente entre os objetivos a preocupação com o envelhecimento ativo e saudável, os cuidados ambientais e respetiva vigilância dos riscos associados, o controlo dos problemas de saúde transmitidos pela água, o reforço da sustentabilidade dos cuidados de saúde e a garantia de preparação de uma resposta a emergências de saúde pública.
Sobre este plano, o governante realçou também que o Executivo espera ver reforçado o acesso aos cuidados de saúde — com enfoque nas áreas da saúde sexual, reprodutiva, materna e infantil de qualidade — e a manutenção dos elevados níveis de cobertura vacinal registados em Portugal.
O ministro da Saúde foi ainda questionado sobre a preparação de um plano específico para o próximo verão, tendo explicado que este “é um trabalho que ocorre quotidianamente” e que por agora se verifica apenas a monitorização da procura e da resposta dos serviços de saúde, estudando eventuais medidas a adotar para esse período.
“Nem dou por certo que cheguemos a ter a necessidade de estabelecer um plano próprio. Estamos a avaliar com os serviços como as coisas estão a funcionar e qual é a capacidade de resposta que está a ser assegurada em cada local para esse período do verão”, disse Manuel Pizarro, que recusou descrever com a palavra “caos” a realidade do sistema de saúde.
“Temos problemas, reconhecemos que existem, mas, no essencial, temos um sistema de saúde que dá uma gigantesca resposta às necessidades e procura dos portugueses. Estamos a preparar medidas que tenham em conta o período do verão, que é sempre um período onde existem dificuldades, relacionadas em parte com uma natural redução da disponibilidade dos profissionais e possíveis aumentos da procura, nomeadamente se houver fenómenos climatéricos extremos, como aqueles que ocorreram no ano anterior”, sentenciou.