Chegou tarde, pode ser inglório, foi tirado a ferros: o FC Porto chegou à 7.ª vitória consecutiva no Campeonato, um registo que ainda não tinha alcançado esta temporada, e atravessa o melhor momento interno desde o início da época. Uma frase que se torna vazia face aos quatro pontos de vantagem do Benfica na liderança da Liga e ao facto de os encarnados só precisarem de um único triunfo para ser campeões nacionais pela 38.ª vez.

O milagre do anjo Gabriel evitou o apocalipse (a crónica do FC Porto-Casa Pia)

Os dragões estavam impedidos de perder com o Casa Pia, para evitar que o Benfica conquistasse o título já este domingo e a partir do sofá, e ainda tremeram com um autogolo de Evanilson à beira do intervalo. Taremi empatou na segunda parte, Loader estreou-se a marcar no Campeonato e carimbou a vitória do FC Porto — que sentiu muito a ausência de Otávio e Marcano, ambos castigados por acumulação de cartões amarelos.

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O jovem avançado inglês entrou já nos últimos 10 minutos e tornou-se decisivo, acabando por ser eleito Homem do Jogo e representando a equipa na zona de entrevistas rápidas. “Precisávamos desta vitória. Não foi fácil, mas às vezes as coisas correm bem, outras não tão bem. Mas trabalhamos sempre no máximo para dar tudo pelos nossos adeptos e pelo clube. A primeira parte não foi fácil, mas felizmente conseguimos voltar e ganhar o jogo. Nós temos de dar sempre o máximo até ao fim dos jogos e do Campeonato e é deste espírito que precisamos, foi esse espírito que demonstrámos em campo. Vamos acreditar até ao fim. Ainda não acabou e vamos dar o máximo até ao fim”, explicou Danny Loader, num português impressionante para quem nasceu em Inglaterra e só chegou a Portugal há três anos.

Sérgio Conceição surgiu na flash interview mais de meia-hora depois do apito final e fez uma breve análise da partida. “Na primeira parte houve alguma precipitação na nossa dinâmica em posse, o que fez com que o adversário, extremamente bem organizado, saísse com algum perigo em situações de ataque rápido e contra-ataque, porque tem jogadores perigosos nesse momento. Tivemos muitas situações à entrada do último terço, onde faltou clarividência e melhor definição, e mesmo na hora de concluir queríamos fazê-lo de primeira. É preciso ter alguma calma, mas é compreensível neste momento da época e com o andamento da situação”, começou por dizer o treinador, que explicou depois as alterações que procurou efetuar na segunda parte.

“Tentámos retificar alguns aspetos na nossa organização ofensiva, para criar mais perigo e colocar a boa organização do adversário em dificuldade. Entrámos bem na segunda parte, com uma atitude positiva. Poucos minutos depois achei que faltava alguma velocidade. Coloquei uma linha de três, dando largura e profundidade do lado direito e esquerdo, e colocando Taremi, Evanilson e Veron mais na profundidade. Correu bem porque tivemos muitas oportunidades, podíamos ter vencido com um resultado mais folgado. Mas temos de dar mérito à equipa do Filipe, aos bons elementos e bons jogadores. São uma equipa que sabe o que fazer, tem jogadores experientes na linha defensiva. Os jogos são assim, são difíceis. E à medida que se vai caminhando para o final mais difícil fica. A margem de erro é mínima. Faz parte de um clube como o nosso, acreditar sempre e ter uma atitude muito positiva no jogo para sermos uma equipa agressiva e competitiva. Sabemos que os adversários fazem isso contra nós”, acrescentou Sérgio Conceição.

Mais à frente, o técnico dos dragões justificou o porquê de não ter feito substituições ao intervalo, altura em que o FC Porto estava a perder, como já aconteceu noutras ocasiões. “Acho que o onze que entrou é um onze competente e que tem qualidade e capacidade para ganhar ao Casa Pia. Foi uma conversa franca e leal, eles conhecem-me. Houve a retificação de algumas situações e entrámos melhor depois. Precisava de outras coisas principalmente no último terço, a entrada do Veron foi importante. Criámos muitas situações e tem sido essa um bocadinho a imagem da época. Fiquei muito contente com a atitude dos jogadores. Não é fácil jogar depois dos nossos rivais, percebermos e entendermos que representamos um clube que nunca desiste nem atira a toalha ao chão. Vamos continuar a dar luta. Estamos cá para dar luta até ao último momento. Foi assim que fizemos comigo nestes seis anos e a história do clube também o demonstra. Vamos continuar assim. Isto foi a demonstração do que é ser FC Porto”, terminou.