A corrida às primárias republicanas está cada vez mais concorrida. Depois de vários nomes terem já anunciado uma candidatura contra o presumível favorito, Donald Trump (e antes do aguardado anúncio de Ron DeSantis, que se antecipa estar para breve), é a vez de Tim Scott, senador da Carolina do Sul, anunciar a sua candidatura à nomeação para as eleições presidenciais de 2024.

O anúncio formal deverá ser feito apenas na segunda-feira, mas o New York Times avança desde  já alguns detalhes das semanas iniciais da campanha do senador de 57 anos. Scott deverá oficializar a candidatura na sua terra natal — North Charleston, na Carolina da Sul. Logo depois, deverá realizar ações de campanha no Iowa e no New Hampshire, que são os primeiros dois estados que vão a votos durante as primárias republicanas.

Único senador afro-americano do Partido Republicano no Senado dos EUA, Scott é visto por muitos como um “moderado” dentro do partido, uma imagem que contrasta com o perfil combativo e populista de candidatos como Trump e DeSantis. Quando o primeiro era Presidente, Scott repudiou por diversas vezes as suas declarações acerca de assuntos polarizantes, como o ataque em Charlottesvile ou o assassinato de George Floyd, o que lhe valeu algumas críticas internas dentro do próprio partido.

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Nascido abaixo da linha da pobreza, filho de uma mãe solteira, o senador da Carolina do Sul baseia a sua mensagem política na ideia do “sonho americano” e de como o próprio é disso um exemplo. “Os americanos estão a perder uma das verdades mais inspiradores que temos: a esperança. Esperança que as coisas podem, e vão, melhorar, esperança que a educação e o trabalho árduo podem dar frutos”, afirmou em 2020, num discurso sobre o futuro do Partido Republicano.

Senador desde 2013, algumas das suas principais propostas refletem esta ideologia. Entre elas incluem-se a criação de “zonas de oportunidade” para ajudar comunidades desfavorecidas, bem como um programa de incentivos fiscais para famílias com salários baixos.

Este perfil não convence, para já, a maioria da base republicana, com as mais recentes sondagens a atribuirem-lhe apenas 2% das intenções de voto nas primárias — muito longe dos mais de 50% de Trump. Ainda assim, alguns analistas acreditam que Scott poderá ser mais popular do que aparenta. A seu favor jogam a popularidade na Carolina do Sul, regra geral um estado decisivo nas primárias republicanas, bem como o apoio de vários dos principais dadores republicanos, tendo até ao momento (ainda sem um anúncio formal) angariado qualquer coisa como 22 milhões de dólares para a sua campanha.

Scott é deste modo o sexto candidato oficialmente declarado às primárias do Partido Republicano, seguindo-se a Donald Trump, Nikki Haley, Vivek Ramaswamy, Asa Hutchinson e Larry Elder. Na próxima semana, é ainda esperado que o governador da Florida, Ron DeSantis, preencha a documentação relativa à sua própria candidatura, com um anúncio oficial projetado pouco depois.

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