Quase metade das famílias avaliaram em 2022 as despesas com cuidados médicos como “um encargo algo pesado ou muito pesado”, 49,7% no caso dos medicamentos e 51,7% nos cuidados dentários, apesar da diminuição destas proporções relativamente a 2017.

“A avaliação negativa do peso dos encargos financeiros com os cuidados de saúde é maior no caso das famílias em risco de pobreza, sobretudo para os cuidados dentários (59,4% de famílias em risco de pobreza) e para os medicamentos (61,6% de famílias em risco de pobreza)”, revela o Inquérito às Condições de Vida e Rendimento realizado em 2022 pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) e divulgado esta sexta-feira.

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De acordo com o INE, 75,5% da população com 16 ou mais anos consultou um médico de clínica geral nos 12 meses anteriores à entrevista, o que significa uma descida de 5,8 pontos percentuais (p.p.) comparando com 2017.

No ano passado, apenas 57,4% dos entrevistados referiram ter consultado um médico dentista ou ortodontista, o que segundo o INE reflete uma melhoria em relação a 2017 (53,4%).

De acordo com os dados, 52,5% consultaram médicos de outras especialidades (exceto dentistas e ortodontistas e medicina geral e familiar) nos 12 meses anteriores à entrevista, proporção ligeiramente inferior à estimada para 2017 (53,1%).

As mulheres referiram ter tido mais consultas médicas e com maior frequência do que os homens, com proporções de 80,6% de consultas de medicina geral, 59,7% de consultas com cuidados dentários e 57,8% com outros especialistas, e com 69,8%, 54,8% e 46,6%, respetivamente, para os homens.

O INE salienta que “não existem diferenças substanciais no acesso às consultas de clínica geral entre a população em risco de pobreza e a restante população, mas mais de metade da população que vivia em situação de risco de pobreza não fez qualquer consulta de saúde oral ou de outras especialidades médicas nos 12 meses anteriores à data da entrevista”.