O Presidente moçambicano, Filipe Nyusi, disse esta segunda-feira que a última base do braço armado da Renamo, principal partido da oposição, deverá ser encerrada em junho, decorrendo neste momento a tramitação legal para o pagamento de pensões aos antigos guerrilheiros do movimento.
Nyusi falava em Genebra, em conferência de imprensa de balanço da visita de trabalho que realizou à Suíça, a convite do seu homólogo helvético, Alain Berset.
O Governo e a liderança da Resistência Nacional Moçambicana (Renamo) estão a trabalhar no sentido da desativação da base de Gorongosa “dentro do próximo mês ou até mesmo metade do mês”, avançou o chefe de Estado moçambicano.
As duas partes estão a preparar o processo de pagamento de pensões aos antigos guerrilheiros do principal partido da oposição, uma operação que será visada pelo Tribunal Administrativo, sublinhou Filipe Nyusi.
Na última semana, o porta-voz da Renamo, José Manteigas, disse que a organização recuou na condição de desativar o seu quartel-general só depois de arrancar o pagamento de pensões a ex-guerrilheiros, após receber garantias de que há verbas.
Manteigas falava após o chefe de Estado moçambicano e o líder da Renamo, Ossufo Momade, terem anunciado, após um encontro, no dia 16, “que estão criadas condições para a conclusão do processo de Desarmamento, Desmobilização e Reintegração (DDR)”, no âmbito do Acordo de Paz e Reconciliação Nacional, assinado em 6 de agosto de 2019.
No âmbito do acordo, do total de 5.221 elementos a abranger, cerca de 4.700 (90%) já entregaram as armas, sendo que alguns foram incorporados nas Forças de Defesa e Segurança moçambicanas.