O ex-primeiro-ministro grego Alexis Tsipras, líder do partido de oposição esquerdista Syriza, recusou-se esta terça-feira a aceitar o mandato para formar um novo governo, após a derrota nas eleições legislativas de domingo.

“A correlação das forças políticas (no Parlamento) não permite a formação de um governo”, disse Tsipras à Presidente da Grécia, Katerina Sakelaropulu, que havia mandatado o ex-primeiro-ministro em cumprimento da lei grega. Tsipras admitiu, ao sair da sede da presidência, que o resultado eleitoral foi “doloroso” e “um choque”.

De acordo com a lei, a chefe de Estado deverá atribuir a tarefa de formação de governo ao candidato do segundo partido mais votado caso o vencedor das eleições devolva o mandato, o que aconteceu na segunda-feira quando o conservador Kyriakos Mitsotakis rejeitou a incumbência.

Mitsotakis rejeita tentar formar Governo e devolve tarefa a Presidente grega

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O Nova Democracia (ND), no poder, liderado por Mitsotakis, venceu as eleições de domingo, com 40,8% dos votos, de acordo com os resultados finais.

O Syriza, principal rival que encarnou as esperanças da esquerda radical na Europa quando chegou ao poder em 2015, sofreu um duro revés ao ficar-se por 20% dos votos.

Os sociais-democratas do Pasok-Kinal ficaram em terceiro lugar, com 11,5%.

Mitsotakis recusou-se a tentar chegar a um acordo de governação com qualquer dos seus adversários, esperando que estes também não consigam formar um executivo com maioria parlamentar e que, assim, seja necessário convocar novas eleições.

De acordo com o sistema proporcional de distribuição dos 300 assentos do parlamento grego que se aplica ao resultado eleitoral, nenhum dos partidos conseguiu alcançar maioria absoluta para governar sozinho.

Mas, se se repetirem as eleições, será incluído um bónus de até 50 lugares para o partido mais votado, o que permitirá à ND obter a desejada maioria de 151 dos 300 mandatos parlamentares.

Segundo a lei grega, o mandato para formação de governo deverá agora passar para Nikos Andrulakis, o terceiro classificado nas eleições, que também não tem hipótese de alcançar o objetivo da maioria absoluta.

Katerina Sakelaropulu poderá ainda fazer uma última tentativa, convocando os líderes de todos os partidos políticos, ou ordenar de imediato a dissolução do parlamento, convocar novas eleições e nomear um governo interino que dirija o país até ao escrutínio.