Quando o Al-Ittihad parecia lançado para a conquista do título, uma derrota frente ao Al Taawon e mais um empate com o Al Hilal tiveram pelo menos o condão de deixar tudo adiado até ao final e “animar” o Al Nassr. No entanto, a margem de erro da equipa de Cristiano Ronaldo nos últimos três encontros da Liga saudita era quase zero. E agora surgia aquele que teoricamente aparecia como jogo mais complicado até termina a época frente a um Al Shabab com estrelas como Éver Banega, Krychowiak, Carlos Júnior ou Santi Mina. Todavia, e mesmo perante uma janela de oportunidade que se abriu quando tudo se afigurava fechado, as notícias que vinham a público voltavam a dar conta de uma alegada vontade do português em voltar à Europa.

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Desta vez foi o Mundo Deportivo a falar sobre essa possibilidade, adiantando que a vontade do internacional português passa por deixar a Arábia Saudita cinco meses depois de ter assinado um contrato válido por duas temporadas e meia num valor histórico de 200 milhões de euros por época. Segundo o jornal, o grupo forte em torno de Ronaldo começa a assumir essa possibilidade em termos públicos, falando de um país onde as infraestruturas estão ainda muito longe daquilo que deveria ser uma sociedade moderna. Problema? Como chegar a um acordo para rescindir contrato. E é aqui que entroncaria a principal questão de CR7.

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À semelhança do que aconteceu noutras ocasiões, Ronaldo não fez qualquer comentário público sobre essas informações, até por estar concentrado num encontro que poderia definir o resto da temporada sendo jogado à mesma hora da receção do Al-Ittihad ao último classificado, Al-Batin. Objetivo? Dar prolongamento ao que aconteceu na última partida com o Al-Tai, com um dos golos do regresso às vitórias do Al Nassr. E foi mesmo isso que aconteceu, com nova vitória “a ferros” depois de uma desvantagem de 2-0 que foi corrigida com mais um golo de Ronaldo, que apontou o 3-2 e chegou aos 14 golos na Liga saudita.

O jogo começou sem grandes oportunidades mas com o Al Nassr a conseguir assumir o controlo do encontro sempre com Talisca e Ronaldo muito ativos no ataque e com o brasileiro a ficar muito perto de inaugurar o marcador após cruzamento do português que só não deu golo porque Tambakti conseguiu ainda fazer o corte na pequena área (20′). Só mesmo a meio da primeira parte houve um sinal de maior perigo do Al Shabab na frente, com Al Harbi a arriscar o remate de longe para defesa apertada de Rossi (22′). Seria na sequência desse canto que os visitantes chegariam mesmo à vantagem, com o árbitro italiano Daniele Orsato a rever uma mão de Luiz Gustavo na área após indicação do VAR e Guanca a não perdoar de penálti (25′).

Com o Al-Ittihad a ganhar desde o nono minuto com um golo de Romarinho, uma derrota do Al Nassr iria hipotecar por completo uma eventual conquista do título e até ao intervalo a formação de Riade foi tentando apertar o cerco à baliza do Al Shabab, com Ronaldo a ficar muito perto do empate numa boa jogada a partir da esquerda de Ghareeb que terminou com um desvio de cabeça do avançado português à trave (33′). No entanto, contra a corrente da partida e na sequência de uma perda de bola em zona proibida, Guanca combinou da melhor forma com Santi Mina em apoio central para o remate sem hipóteses à entrada da área para o 2-0 (40′). Al Ghanam ainda teve mais uma chance para o conjunto da casa antes do intervalo para defesa de Kim Seung-gyu mas Talisca conseguiria mesmo reduzir em período de descontos (45+1′).

Algo teria de mudar e a entrada do Al Nassr no segundo tempo foi decisiva para mostrar que a equipa quer ainda manter-se na luta pelo título: Talisca teve um aviso inicial onde só não colocou melhor a bola em zona frontal porque o pé de apoio escorregou, Ghareeb fez o empate surgindo de forma oportuna na pequena área ao primeiro poste (51′) e Ronaldo carimbou a reviravolta pouco depois com um grande remate de fora da área sem hipóteses para Kim Seung-gyu (59′) frente a um Al Shabab que só “entrou” na partida após o intervalo quando se viu em desvantagem e que teve uma chance flagrante para empatar por Carlos Júnior no final. O ex-avançado do Santa Clara atirou ao lado e o 3-2 acabou mesmo por manter-se, com o português não só a selar o triunfo como a celebrar com uma nova comemoração, a fazer o sujud, que foi muito aplaudida.