Os acionistas do BCP aprovaram esta quarta-feira, em assembleia-geral (AG), a proposta de aplicação de resultados que contempla a distribuição de quase 10 milhões de euros aos trabalhadores, segundo um comunicado publicado na Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).

O BCP divulgou em abril as várias propostas para esta AG, indicando que resolveu, tendo em conta os resultados de 2022, atribuir 9,97 milhões de euros aos colaboradores, transferindo o restante para as rubricas de reserva legal e para resultados transitados.

O banco já tinha dado conta desta proposta, em 28 de março, recordando, nessa altura que, entre 2014 e 2017, foi alterado o acordo coletivo de trabalho, permitindo que os colaboradores “aceitassem uma redução temporária de remuneração, o que foi feito com o objetivo de viabilizar o processo de recuperação do banco e contribuir para o cumprimento das exigências impostas” ao BCP “para receber ajudas de Estado”.

Essa alteração previa que nos anos seguintes, “havendo resultados para tal”, seria submetida à assembleia-geral de acionistas uma “proposta de distribuição de resultados pelos colaboradores que, no conjunto dos anos, permitisse a entrega de um valor global acumulado, pelo menos igual ao valor total não recebido pelos colaboradores durante o período de redução temporária de remuneração”.

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Assim, depois de o BCP terminar o reembolso do financiamento público recebido, acrescido dos respetivos juros, em fevereiro de 2017, as assembleias-gerais anuais seguintes aprovaram “a afetação de parte dos resultados dos exercícios para distribuição por colaboradores, remanescendo um valor de 9.972.000,00 euros para perfazer o referido valor global acumulado”.

A proposta prevê que o montante concreto atribuído a cada colaborador seja “fixado pela Comissão Executiva, sendo liquidado juntamente com a remuneração correspondente a junho de 2023”.

Os acionistas do BCP deliberaram ainda favoravelmente sobre os documentos de prestação de contas e gestão e aprovaram um voto de confiança e louvor no Conselho de Administração, incluindo a Comissão Executiva e a Comissão de Auditoria, e em cada um dos respetivos membros, bem como no Revisor Oficial de Contas e no seu representante.

Na AG desta quarta-feira foi aprovada a atualização da política de remuneração dos órgãos de administração e fiscalização, bem como a revogação do regulamento de reforma dos administradores executivos.

A AG deliberou ainda favoravelmente a atualização da política de seleção e designação do revisor oficial de contas, ou sociedade de revisores, bem como sobre a contratação de serviços de auditoria.

Por fim, votaram favoravelmente na aquisição e alienação de ações e obrigações próprias. Esteve presente 64,29% do capital social, segundo o comunicado.