Para maravilhar uma audiência ávida de automóveis belos e exuberantes, como aquela que habitualmente marca presença no Concorso d’Eleganza Villa d’Este, a Bugatti “serviu” este ano uma receita diferente, juntando o moderno com o clássico. Daí que para um dos salões de elegância automóvel mais reputados do mundo, o construtor francês cuja sede, em Molsheim, dista apenas 400 km de Villa d’Este, na margem do Lago de Como, tenha deslocado duas das suas preciosidades. Uma nova a estrear, passe a redundância, e outra que foi estreada de forma impressionante, mas há 87 anos, o Type 57S Roadster de 1936.

No Concorso d’Eleganza, a Bugatti revelou a versão definitiva do W16 Mistral, o seu roadster mais moderno e exclusivo, concebido para circular exclusivamente em pista. Isto não só porque o pack aerodinâmico é demasiado ousado, até mesmo para o construtor, mas também porque a mecânica foi levada ao extremo, de forma a extrair 1600 cv (em vez dos habituais 1500 cv) do motor 8.0 W16 que, como o nome indica, tem os seus 16 cilindros dispostos em “W”.

Bugatti “perde a cabeça” e despede-se do W16

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O incremento de potência associado à redução de peso leva o Mistral a poder perseguir uma velocidade máxima superior aos 490,484 km/h atingidos pelo Chiron Super Sport 300+, ainda que o construtor não tenha anunciado oficialmente o valor. Contudo, sabe-se que a Bugatti apenas irá produzir 99 unidades do Mistral, modelo que vai exigir um investimento inicial de 5 milhões de euros e que marcará o fim da produção para o imponente W16.

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Para os visitantes do Concorso d’Eleganza Villa d’Este, o difícil foi decidir se se concentravam no Mistral ou no Type 57S Roadster, o desportivo de dois lugares de que apenas foram fabricadas 40 unidades entre 1936 e 1938. O veículo exposto em Itália teve como primeiro dono o piloto britânico Nicky Embiricos e o modelo ainda hoje se mantém com o mesmo aspecto e estado de conservação com que saiu das mãos de Jean Bugatti há 87 anos.