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Carlos Matias, um dos críticos da atual direção do Bloco de Esquerda, considera que “faltou um balanço” no discurso de despedida de Catarina Martins e lamenta que a sua expectável sucessora, Mariana Mortágua, mantenha uma linha de “falta de sentido crítico” em relação às escolhas da direção do partido.
“O Bloco vem de uma série de derrotas eleitorais e não podemos remeter-nos unicamente para a conjuntura para a explicação de todas as derrotas”, argumentou. “O geringoncismo primeiro estranhou-se e depois entranhou-se. E começou a marcar permanentemente o posicionamento político do Bloco”, notou o ex-deputado.
[Ouça aqui a entrevista a Carlos Matias]
Carlos Matias: “O geringoncismo primeiro estranhou-se e depois entranhou-se”
Para Carlos Matias, aliás, a equipa que vai compor a futura do direção Bloco de Esquerda não fez mais do que se focar em questões “vagas”, com expressões alusivas a “vida boa”. “O Papa Francisco não diria de outra forma. Mas isto não é uma igreja; é um partido político. A Moção A está numa de ‘não me comprometo’. O Bloco não sai do mesmo sítio.”
O bloquista lamentou ainda que existência de uma “desmoralização” e “desânimo” gerais entre os bloquistas, dando como exemplo a abstenção expressiva que existiu na votação da lista de delegados. Mesmo a terminar, Carlos Matias denunciou o jogo viciado desta Convenção. “Todo o aparelho do Bloco foi colocado ao serviço da maioria.”