A Coreia do Norte confirmou que a tentativa de colocar esta terça-feira em órbita o primeiro satélite espião do país fracassou, de acordo com meios de comunicação estatais.

O foguetão que transportava o satélite despenhou-se nas águas ao largo da costa ocidental da península coreana, depois de ter perdido o impulso após as etapas iniciais. Cientistas estão a estudar a causa da falha, adiantou o comunicado.

Entretanto, o exército sul-coreano anunciou que está a recuperar os alegados destroços do satélite.

“Por volta das 8h05 de hoje [quarta-feira] (00h05 de Lisboa), os nossos militares identificaram um objeto que se acredita fazer parte do ‘veículo de lançamento espacial’ reivindicado pela Coreia do Norte nas águas a 200 quilómetros a oeste da ilha de Eocheong e estão em vias de o recuperar”, declarou o Estado-Maior Conjunto da Coreia do Sul.

O foguetão foi lançado por volta das 6h30 locais (22h30 de terça-feira em Lisboa) da zona noroeste de Tongchang-ri, onde está localizado o principal centro de lançamento espacial da Coreia do Norte, disse o Estado-Maior Conjunto sul-coreano.

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Seul afirmou que o foguetão teve “um voo anormal”, antes de cair na água. A Coreia do Sul referiu ainda que estava preparada militarmente, em coordenação com os Estados Unidos.

O secretário-geral do Governo japonês, Hirokazu Matsuno, disse aos jornalistas que nenhum objeto terá chegado ao espaço.

O lançamento norte-coreano deu origem a ordens de evacuação na Coreia do Sul e no Japão.

A capital sul-coreana, Seul, emitiu alertas através de altifalantes públicos e mensagens de texto para telemóveis, dizendo aos residentes para estarem preparados para deixarem as suas casas. No entanto, não foram registados danos ou perturbações de relevo e Seul acabou por levantar o alerta.

Também as autoridades nipónicas ativaram o sistema de alerta de mísseis para Okinawa, no sudoeste do Japão, que se acreditava estar na trajetória do foguetão.

Um alto funcionário norte-coreano, citado pela agência de notícias Associated Press (AP), disse na terça-feira que o país precisava de um sistema de reconhecimento espacial para fazer face à escalada das ameaças por parte da Coreia do Sul e dos Estados Unidos.

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Washington condenou veementemente Pyongyang pelo lançamento, que utilizou tecnologia de mísseis balísticos, em violação das resoluções do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU).

O secretário-geral da ONU, António Guterres, “exorta a República Popular Democrática da Coreia [nome oficial da Coreia do Norte] a retomar os esforços diplomáticos em direção à paz sustentável e à desnuclearização completa e verificável na península coreana”, disse o porta-voz do responsável da organização internacional, Stéphane Dujarric, na terça-feira, em comunicado.

“Qualquer lançamento usando tecnologia de mísseis balísticos seria contrário às resoluções relevantes do Conselho de Segurança”, concluiu.