Este era o motivo pelo qual ficar em primeiro lugar na fase regular era importante. O fator casa, se fosse necessário recorrer ao jogo 5, dava a quem fosse detentor dos seus benefícios uma vantagem relevante.  Ainda para mais, na meia-final do campeonato entre Benfica e FC Porto, a equipa que jogou no seu reduto ganhou sempre e, assim, foi necessário recorrer à ‘negra’ para decidir quem avançava para a final onde já estava o Sporting depois de derrotar o OC Barcelos.

Sem que nenhuma das partidas anteriores tivesse sido renhida até ao fim, a eliminatória regressava ao Pavilhão da Luz em aberto, como se os quatro clássicos anteriores não tivessem servido para rigorosamente nada. Tudo se ia decidir no espaço de 50 minutos. Muito embora o Benfica tivesse uma pitada maior de favoritismo por jogar junto dos seus adeptos, o FC Porto tinha um balanço positivo nos confrontos diretos esta época (seis vitórias em nove encontros) e, inclusivamente, tinha conseguido um triunfo na casa do rival na fase regular.

Telmo Pinto foi um dos marcadores de serviço na vitória do FC Porto por 5-2, no jogo 4, no Dragão Arena, e, em antevisão, mostrou-se satisfeito pela equipa azul e branca ter forçado a negra. “Temos de recuperar as forças, pois o espaço de tempo entre os jogos é curto. Até agora foram quatro jogos muito intensos e é um clássico, por isso sabemos que será difícil. É como uma final e é em casa do adversário, mas a pressão está do lado deles, pois terminaram a fase regular no primeiro lugar. Ambição e crer, acredito que vamos ter mais. Temos de jogar à FC Porto para ganhar”, afirmou.

Azuis, tensão e nova vitória de quem joga em casa: FC Porto vence Benfica no jogo 4 e leva decisão das meias para a “negra”

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“O fator casa nesta fase é primordial e nós sabíamos disso”, antecipou o treinador do Benfica, Nuno Resende. “O trabalho que fomos desenvolvendo durante a fase regular garantiu o primeiro lugar e ter estas decisões em casa. Temos esse fator a aproveitar, por isso não é nada com que não estivéssemos a contar. Tentámos a vitória nos dois jogos no Dragão, mas não foi possível, não fomos competentes o suficiente”.

Os calculismo também veio ao jogo decisivo. Num encontro sem grandes situações de perigos, os golos chegaram através de meias oportunidades. A saber: Ezequiel Mena, mesmo com Pablo Álvarez pela frente e com a bola a raspar no equipamento do guarda-redes encarnado, Pedro Henriques, atirou a contar num golo conseguido aos repelões. O Benfica não fez necessariamente melhor do ponto de vista estético. Nicolía rematou rematou cruzado e acabou por ser o patim do defesa portista a introduzir a bola na baliza de Xavi Malián. O golo foi atribuído a Pablo Álvarez por ser o jogador encarnado mais perto do lance.

A primeira parte terminou empatada e dava a entender que o resultado podia ser nivelado, algo que não tinha acontecido em nenhum dos outros encontros da eliminatória. Apesar de tudo, com uma bola ao poste de Lucas Ordóñez e um livre direto de Carlos Nicolía, foi o Benfica quem mais hipóteses teve para sair na frente ao intervalo.

O Benfica colocou-se numa posição delicada. Num momento em que os encarnados tinham oito faltas, Ordóñez viu cartão azul e o FC Porto, de livre direto, fez o 2-1 por intermédio de Gonçalo Alves. Já depois de Roberto Di Benedetto ter falhado isolado perante Malián, Nil Roca também viu azul. Pedro Henriques salvou os encarnados.

A equipa de Nuno Resende ia resistindo à décima falta e, limitada na defesa por não poder exagerar na agressividade, compensava com o que fazia no ataque. Ordóñez, após um belo trabalho de contemporização de Gonçalo Pinto, fez o empate. Depois, Roberto Di Benedetto, que enganou completamente Rafa, e Gonçalo Pinto colocaram o resultado em 5-2.

Parecia tudo controlado, mas os dragões não desistiam. O engenho de Gonçalo Alves nos lances de bola parada levou a que o FC Porto reduzisse e, logo depois, por intermédio de Carlo Di Benedetto encostassem mesmo no marcador. Entre os dois golos azuis e brancos, Gonçalo Alves teve um penálti que marcou, mas que o árbitro mandou repetir, sendo que, na segunda oportunidade, não teve o mesmo sucesso.

O Benfica podia ter fechado o encontro numa jogada de transição. Diogo Rafael atirou à barra e obrigou a equipa a passar por sobressaltos. As águias atingiram a décima falta a 1:30 do final só que Carlo Di Benedetto não conseguiu empatar para os dragões. Acabou por ser Lucas Ordóñez quem chegou ao 6-4 final. O FC Porto foi eliminado e falha a revalidação do título. O Benfica, que derrotou o campeão europeu, dá um passo em frente na tentativa de alcançar um troféu que escapa desde 2016.