Trinta e um enfermeiros que não viram renovados os seus contratos de trabalho no Centro Hospitalar do Tâmega e Sousa exigiram esta terça-feira, junto ao hospital de Penafiel, a sua readmissão, mas com vínculo efetivo.
“O que estamos a exigir é a readmissão destes enfermeiros com vínculo efetivo, porque eles estão cá a dar resposta a necessidades permanentes”, disse à Lusa Fátima Monteiro, do Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP).
Segundo a sindicalista, aqueles profissionais tinham contratos desde novembro, mas ficaram sem trabalho, “por o Ministério das Finanças não ter aprovado a sua contratação”.
“Este hospital contratou-os ao abrigo do plano de contingência, sempre com a expetativa de que o Governo em geral disponibilizasse verba para os poder contratar. O Ministério da Saúde deu um aval positivo, mas o Ministério das Finanças mandou-os para o desemprego”, lamentou Fátima Monteiro.
Com palavras de ordem como “Costa escuta, os enfermeiros estão em luta”, os profissionais que ficaram sem trabalho concentraram-se na manhã desta terça-feira à entrada do Hospital Padre Américo, em Penafiel, onde exibiram cartazes críticos ao Ministério das Finanças.
Para a sindicalista, “a hipocrisia é tanta que estes colegas são despedidos, mas o contrato de seis meses nem lhes possibilita o fundo de desemprego”, indicando ainda que, “com o despedimento destes colegas, a qualidade e a quantidade dos cuidados que se prestam aos utentes ficam em causa, assim como a segurança dos próprios profissionais”.
A dirigente do SEP referiu que naquele centro hospitalar, que integra os hospitais de Penafiel (Padre Américo) e Amarante (São Gonçalo), “esta semana, a atividade cirúrgica foi alterada, por falta de retaguarda para os doentes que necessitavam de cuidados de enfermagem e de espaço”.
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“Tudo fica complicado. Quem sofre são estes profissionais que vão para o desemprego e os utentes que veem as suas cirurgias adiadas”, reforçou, aludindo à “degradação do serviço nacional de saúde” que se tem observado, “porque as condições de trabalho dos seus profissionais são cada vez mais degradantes”.
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“Olhem para o SNS de uma vez por todas. Nós não queremos destruir o SNS, os enfermeiros são necessários, deem-lhes condições, porque eles sabem diariamente dar a resposta aos utentes”, rematou.