A construção do navio de investigação dos Açores, superior a 19 milhões de euros, já tem o visto prévio do Tribunal de Contas (TdC) e o prazo máximo para conceção e entrega é de 900 dias.

Segundo a secretaria regional do Mar e das Pescas, a Secção Regional dos Açores do Tribunal de Contas já deu “o visto prévio do contrato de construção do navio de investigação, com um valor de 19.799.400,00 euros, acrescido de IVA à taxa legal em vigor, financiado no âmbito do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR).

Numa nota publicada no site oficial o Governo açoriano (PSD/CDS-PP/PPM) explica que “o prazo máximo para conceção, construção e entrega do bem móvel é de 900 dias [cerca de dois anos e cinco meses]” e compreende o prazo de entrega do projeto para aprovação às entidades nacionais competentes e à Sociedade de Classificação, bem como o prazo de conclusão da construção e armamento e entrega do navio no porto da Horta.

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O navio de investigação científica multidisciplinar que a Região pretende visa capacitar o arquipélago de “uma plataforma tecnológica de acesso ao mar profundo do Atlântico Nordeste central, e em especial da Zona Económica Exclusiva do Arquipélago”.

O Governo assegura que o navio terá “os mais modernos padrões tecnológicos em termos de capacidades e de equipamentos, e complementarmente terá um elevado desempenho energético”.

O navio será registado no Registo de Bandeira Português como navio de investigação. Terá lotação mínima de vinte pessoas para navegação, excluindo as zonas com gelo, dez tripulantes técnicos e dez tripulantes científicos. Adicionalmente, terá lotação para um mínimo de trinta pessoas embarcadas em viagens diárias.

Entre as várias capacidades, o novo navio de investigação vai atuar em áreas como o mapeamento dos fundos marinhos (batimetria com base em equipamentos acústicos), prospeção e exploração biológica de organismos com aptidão biotecnológica, apoio ao desenvolvimento de tecnologias de produção de energias renováveis “offshore” ou formação de ativos no âmbito da Escola do Mar dos Açores.

Entre outros equipamentos, o navio será equipado com um de equipamento acústico eletrónico que maximizará o potencial de investigação da plataforma até uma profundidade de no mínimo cinco mil metros.

Com 45,95 metros de comprimento e 10,5 metros de boca, o navio terá uma autonomia de 15 dias, dispondo de propulsão diesel elétrica. Incluirá camarotes correspondentes à sua lotação máxima, sala de aulas, laboratórios (seco e húmido) e centro de dados.

Este investimento integra a medida do PRR – “Navio de Investigação” –, que faz parte da componente Desenvolvimento do “Cluster do Mar dos Açores”.