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Seguranças, gritos e racismo. O quilómetro a pé que terminou em tensão entre Costa, Fernanda Tadeu e os professores

Este artigo tem mais de 1 ano

António Costa enfrentou críticas durante um quilómetro, mas no fim não resistiu a responder e acusou um manifestante de "racista". A sua mulher também se exaltou com manifestantes.

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O ambiente estava um hostil, mas o primeiro-ministro fez questão de ir a pé até ao restaurante, a quase um quilómetro. Ainda na zona das comemorações do 10 de Junho, no Peso da Régua, o primeiro-ministro foi abordado por professores revoltados e os seguranças insistiram: “Vamos de carro”. Costa não quis. A situação só foi piorando. Já a chegar ao restaurante, a mulher do primeiro-ministro, Fernanda Tadeu, começou a discutir com os manifestantes sem disfarçar a irritação: “Fantoche! Sabe lá o que é ser professor, sabe lá o que é ter os alunos como prioridade”. Costa chega a pedir à mulher para se acalmar (“não respondas”), mas o apelo não é acolhido: “Tenho liberdade para dizer o que quiser”, diz Fernanda Tadeu ao marido. Depois de alguma contenção, o próprio António Costa acusa um dos manifestantes: “Racista!“.

[Ouça aqui a reportagem da Rádio Observador]

“Racista”. António Costa responde irritado a protesto de professores

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Os seguranças do primeiro-ministro chegaram a ter de retirar a mulher do primeiro-ministro da zona de tensão e levaram-na para um local mais reservado à entrada do restaurante. É nesse momento, já com Fernanda Tadeu a alguns metros, que Costa responde de forma mais assertiva aos manifestantes. Este momento mais tenso surgiu depois de um quilómetro em que os professores seguiram António Costa com cartazes com um nariz de porco e com a palavra “Demissão” em letras garrafais. Mas antes já tinha havido uma primeira troca de argumentos.

Marcelo desvaloriza tensão entre Costa e professores e conta que Governo dure até ao fim da legislatura

Nessa primeira abordagem, o primeiro-ministro foi confrontado por uma manifestante e parou para falar: “Pedem respeito mas também têm de respeitar os outros”. Costa pediu para ser ouvido e diz aos professores que “são muito injustos” por “não reconhecerem que estiveram muitos anos com carreira congelada. Eu descongelei a carreira”.

“Protestam contra Governo que pôs fim ao descongelamento da carreira”, diz Costa sendo sempre interrompido pelos manifestantes e pedindo: “Também quero respeito”. Continua, com a mulher ao lado, a dizer que o descongelamento “foi exactamente na mesma medida para as outras carreiras” da função pública.

JOÃO PORFÍRIO/OBSERVADOR

Durante todos estes longos minutos, Costa é também questionado pelo jornalistas sobre se está incomodado com os protestos e diz que não: “Os protestos fazem parte da democracia”.

Pelo caminho, António Costa também foi cumprimentando populares, de forma amistosa, e recebeu palavras de apoio. Muitos dos populares mostraram-se indignados com a forma de luta dos professores, que ouviram frases como: “Vão para o privado”.

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