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As inundações provocadas pela destruição da barragem de Nova Kakhovka, na região de Kherson, permitiram que duas amigas conseguissem, por fim, escapar da região ocupada pela Rússia. De acordo com a BBC News, foram salvas pelas equipas de resgate.

Marina, de 76 anos, e Valentina, de 86, são duas habitantes da aldeia de Kardashynka, na margem oriental do rio Dnipro, a mais afetada pela água. Apesar de, em novembro, Kherson ter sido libertada depois de oito meses sob ocupação russa, as pontes destruídas impediram que as duas amigas e os seus vizinhos pudessem chegar à outra margem.

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A destruição da barragem de Nova Kakhovka veio mudar este cenário. Com o nível da água a subir, as equipas de resgate conseguiram chegar à aldeia e libertá-las. “Estava a passar um barco, começámos a gritar e a acenar”,  disse Maryna, citada na BBC News, revelando o que disse aos salvadores: “Temos estado à espera de ajuda.”

Com idades avançadas, e “muitas doenças” associadas, as duas contam como têm vivido dias difíceis, sem acesso a eletricidade ou sinal de rede no telemóvel. “Era como se estivéssemos numa ilha desabitada”, confessam.

Junto delas estava um outro habitante de Kardashynka, Viktor Kovalenko, que, segundo o canal britânico, perdeu recentemente a mulher, vítima de um bombardeamento.  “Enterrei-a ao lado da minha mãe. Disse-lhe para esperar por mim”, contou Viktor, acrescentando: “Estava sempre a amaldiçoar os russos na cara deles. Não sei como é que não me mataram. Se vocês soubessem como era boa a nossa vida juntos. Agora não tenho mulher, não tenho casa, não tenho nada.”

Nas redes sociais, centenas de pessoas têm feito pedidos de ajuda para serem resgatadas da região. “Ajudem-me, por favor!”, escreve Svitlana, citada pela BBC News, alertando que estão há “três dias sem comida e água” e que 35 pessoas estão presas numa casa: “Estão todos num telhado próximo, as crianças estão a gritar e a chorar”.

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Desde a destruição da barragem, a 6 de junho, pelo menos 10 pessoas morreram e cerca de 40 continuam desaparecidas. Na região controlada pela Rússia, segundo a SIC Notícias, mais de 22.000 casas ficaram submersas e 13 pessoas morreram.

Apesar de as forças armadas ucranianas estarem a realizar várias missões de salvamento, também “voluntários destemidos” estão a ajudar nas evacuações. Segundo a BBC News, um dos voluntários foi “alvo de fogo russo” durante um resgate: “O problema é que os soldados russos estão ali à espera que cheguem voluntários ou soldados para poderem disparar sobre eles”, explicou.