“Consegui passar direta à final, o que me poupa uma prova. Apesar de esta distância não ser olímpica, gosto muito de a fazer. É a distância que mais alegrias me tem dado, embora a troca para os 500 metros esteja a ser ótima, pois estou a aprender e a gostar muito do trabalho de equipa no K4. Mas ir aos 200 continua a deixar-me realizada. Final? Podia dizer muito, pois sonho alto e nunca alinho para perder. O impossível é apenas uma palavra. Vou tentar chegar o mais à frente possível”, afiançava Francisca Laia ao jornal O Jogo antes da segunda final nos Jogos Europeus depois do K4 500. Das palavras aos atos, a atleta do clube Os Patos, de Abrantes, há muito que tentava um pódio numa grande prova que não Taças do Mundo. E conseguiu.

Depois de um bom arranque, a atleta que ao longo destes ciclos olímpicos conseguiu terminar a licenciatura em Medicina e já está a exercer manteve-se sempre em lugares de pódio, entrou nos derradeiros metros na segunda posição e, apesar de uma ligeira quebra, segurou ainda a medalha de bronze, a primeira que a canoagem consegue nestes Jogos Europeus de Cracóvia-Malopolska. Na véspera, Francisca Laia tinha feito parte da equipa nacional no K4 500 com Joana Vasconcelos, Teresa Portela e Maria Rei, acabando a final A na sétima posição com poucas possibilidades desde início de sonhar com um lugar no pódio.

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Francisca Laia terminou a final do K1 200 com o tempo de 41.058, atrás da dinamarquesa Emma Joergensen (40.106) e da sérvia Milica Novakovic (41.006). A portuguesa conseguiu defender-se no pódio da húngara Anna Lucz, que num forcing final chegou ainda a colocar a medalha de bronze em risco (41.076).

Uma estreia para mais tarde recordar: Francisca Laia e Messias Baptista sagram-se vice-campeões mundiais em K2 200 mistos

Antes, Francisca Laia tinha como grande resultado a medalha de prata conseguida nos Europeus de 2017 em Plovdiv no K2 200 com Joana Vasconcelos. A título de curiosidade, e depois de ter cumprimentado todas as adversárias que garantiram o pódio na sua prova, a atleta de Abrantes fez um compasso de espera para cumprimentar o companheiro de Seleção Messias Baptista (com quem ganhou uma medalha de prata em K2 200 misto nos Europeus de Copenhaga em 2021), que alcançou a vitória na final do K1 200. Assim, Portugal passa a contar com três medalhas nestes Jogos Europeus, depois do bronze de Ana Cruz no karaté.

“Sem dúvida que os bons resultados motivam muito. Essencialmente para o trabalho no K4, uma equipa bastante recente, mas muito unida. Tenho muita vontade e este é um dos meus grandes sonhos, o de apurar o K4 para os Jogos Olímpicos, algo que em 2015 nos fugiu por 18 milésimas de segundo. O nível está altíssimo. Temos mesmo de dar o melhor de nós. Estou a adorar o trabalho de equipa, estamos no bom caminho. Fizemos duas provas consistentes, contudo, temos muito para melhorar. Temos superatletas como a Teresa [Portela] e a Joana [Vasconcelos], e a Maria [Rei] que é das pessoas mais determinadas que conheço na canoagem. Juntas conseguimos fazer uma grande, grande equipa. Que daqui a dois meses seja o nosso dia…”, comentou Francisca Laia à agência Lusa após o bronze no K1 200, distância não olímpica.